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Com alta da pandemia, demanda nos gripários de Salvador cresceu 75% em maio


Com alta da pandemia, demanda nos gripários de Salvador cresceu 75% em maio

Abertos para ampliar a capacidade de atendimento da Prefeitura de Salvador durante a pandemia, os gripários registraram um aumento de 75% nos atendimentos de maio em comparação com o mês de abril. O crescimento foi analisado pelo Bahia Notícias, com base em dados enviados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

 

O levantamento da pasta mostra que do dia 1º até a última quarta-feira (26), 14.984 atendimentos foram realizados nessas unidades, com uma média de 576 por dia. Já de 1º a 30 de abril, o total chegou a 9.897, com média diária de 329 atendimentos.

 

Segundo a infectologista Clarissa Cerqueira, esses dados são mais uma evidência do agravamento da pandemia. "Os números vêm aumentando. A sinalização é de aumento do número de casos. O vírus está circulando mais, as pessoas estão adoecendo. Estamos em uma situação complicada. Com a questão da reabertura, pode passar uma ideia de que as coisas estão mais calmas. Tem o fato de que as pessoas estão cansadas das medidas e muitas vezes banalizam as medidas. Estão levando a aglomeração e festas. Podemos esperar o aumento do número de casos, eles tendem a complicar após alguns dias, precisando de leitos de UTI", disse. 

 

O próprio prefeito da cidade, Bruno Reis, já havia indicado crescimento nesses dados no início da semana. Nesta sexta-feira (28), em coletiva de imprensa virtual para anunciar novas medidas no combate à pandemia, ele voltou a comentar sobre o assunto.

 

"Continua com demanda alta. É um problema isso", frisou o gestor. "Está num momento de influenza, conseguimos reduzir números de dengue, zika e chikungunya, que estão baixos. (...) Mas os gripários continuam com a pressão do período", lamentou o prefeito.

 

Ele ressalta que os gripários servem para desafogar a demanda nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), por isso, nenhum dos seis já abertos foi desabilitado - as unidades disponíveis são Pau Miúdo, Barris, Parque São Cristóvão, Paripe, Ilha de Bom Jesus e Pirajá.

 

Os números mostram que demanda é o que não falta, mas a situação já teve menor gravidade. Em março, por exemplo, a média de atendimentos foi de 364 por dia, índice que caiu ainda mais no mês seguinte. Já em fevereiro, início do que viria a ser o pior momento da pandemia na Bahia, se registrou o maior número dos últimos seis meses: total de 19.186 atendimentos, com média diária de 685 entradas.

 

O coordenador de urgência da capital baiana, Ivan Paiva, acredita que a tendência é de alta na procura e que o aumento é reflexo do que a população faz. "Quando pegamos a média dos últimos sete ou quatorze dias, temos uma noção. A tendência é de que a média móvel, dentro da perspectiva, mostre a ascendência de casos. Às vezes estamos subindo a ladeira e não sabemos até para onde vai. A segunda onda foi pior que a primeira. Estamos nessa tendência de subida e não sabemos onde vai parar. Só a população pode dizer. Depende muito mais dela. Somos os bombeiros para apagar o incêndio", disse ao BN. 

 

"Se a população continuar com o comportamento, teremos uma terceira onda pior que a segunda. Estamos com uma demanda crescente, aumento de leitos ocupados. Semana que vem teremos um feriado, vão fazer festa. Segunda-feira, o número vai ser maior ainda. Na próxima já teremos o São João. Vemos os casos lá. Quem vai para o interior está sadio e quando chegar julho teremos um cenário de terror. A luz está acesa e estamos preocupados. Tem paciente da segunda onda ainda internado. São pacientes jovens", completou.

 

E VAI AMPLIAR A ESTRUTURA?

Mesmo com a curva crescente na procura e na internação em Salvador, a prefeitura não planeja e nem vê margem para a ampliação no sistema de atendimento. "Também não tenho condições de ampliar mais, estamos nos virando para poder atender a demanda que está tendo", disse o prefeito Bruno Reis.

 

Com as medidas restritivas retornando, Bruno comentou durante coletiva que espera que a demanda "não cresça". "Se não, teremos que transformar unidades básicas de saúde", revelou. 

por Ailma Teixeira / Mari Leal / Jade Coelho / Mauricio Leiro


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