O delegado pontuou como teve início às acusações: “a Drª. Patrícia Jaqueline estava dando entrevista à Rede Record sobre o fato e um repórter que já foi identificado, me ligou na hora para falar também. Eu afirmei que não sou presidente do inquérito, sendo a Drª. Jaqueline a responsável, eu falei: ‘ela está dando uma entrevista agora para a Rede Record’. O repórter maldosamente tentou colher informações fazendo questionamentos informais e para ele eu disse, ‘eu não sei! Inclusive a Dr. Patrícia está falando sobre o laudo agora. O laudo do DPT (Departamento de Polícia Técnica) veio afirmando como lesão corporal leve’. Não foi uma opinião minha, foi eu apenas falei o que havia no laudo, que foi trazido pela perícia técnica. O repórter se aproveitou disto, para dizer que eu havia dito que era uma lesão leve, sendo que eu não o autorizei a divulgar a matéria. Eu ainda salientei, ‘espere para falar com a Drª. Jaqueline, que é a responsável pelo caso e ele apressadamente e maldosamente fez o contrário”, afirmou.
Dr. Edilson assegurou também, que como não é responsável pelo caso, não pode fazer colocações sobre o mesmo, entretanto, esclareceu o que qualifica o crime diante do laudo pericial, “aqui vem minha opinião: o fato do laudo ter dado ‘lesões leves’, não significa que a agressão não tenha sido absurda ou grave. O que vai definir isso não é o laudo, mas sim as circunstâncias do fato. Entretanto, não sou eu o presidente do inquérito e não posso opinar sobre o inquérito policial, pois existe duas delegadas responsáveis pelo crime. Eu coordeno 23 cidades e para eu interferir em um inquérito tenho que pedir autorização para o delegado chefe e justificar porque eu estou avocando o inquérito para mim, por transgressão do presidente do inquérito ou por incapacidade dele. Tive minha imagem denegrida, peço desculpas a todas as mulheres que se sentiram ofendidas naquele momento, por uma coisa que eu não fiz”, disse.
Além das acusações sobre a gravidade das lesões, o delegado foi apontado também de estar favorecendo ‘amizades’, sendo que o acusado Filipe Pedreira é filho do prefeito da cidade de Salinas da Margarida: “as pessoas estavam dizendo que eu estava de amizade por causa de política. Mas os dois, vítima e acusado, são filhos de prefeitos. A Clara Emanuelle filha do prefeito de Muniz Ferreira e o Felipe de Salinas das Margaridas. Os dois gestores são pertencentes ao mesmo partido (PSD) e todos dois ligados ao Governo. Que logica teria, mesmo se eu tivesse situações partidárias, se os dois pertencem ao mesmo partido? Eu estou aqui para fazer segurança pública, meu partido é a Polícia Civil. Infelizmente, ocorreram esses boatos e mais uma vez eu peço desculpas as mulheres por essas notícias equivocadas da imprensa. Eu peço ao MP (Ministério Público), que são fiscalizadores da Policia Civil, que venham até a delegacia para fiscalizar o inquérito e também me fiscalizar perante essas denúncias informais. Peço também a minha corregedoria geral, corregedoria da Policia Civil para também me fiscalizar em relação a este caso e que tudo seja esclarecido. Quem não deve, não teme. As pessoas estão se precipitando em julgar, fizer juízo de valor sem ao menos ter concluído as investigações. A justiça será feita em qualquer situação”, concluiu.
fonte.vozdabahia foto.tvsaj