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É TÃO BOM. É SALVADOR
É TÃO BOM. É SALVADOR

Brasil, um país cristão que prega ódio e preconceitos nas redes sociais


No Brasil, a prática de "Malhar Judas" é uma tradição. Judas, o traidor de Jesus Cristo, vendeu sua alma por míseros, poderia ser grandes riquezas, tanto faz, trocados. Há, contemporaneamente, por revisionistas em História, contestações sobre a não possibilidade de Judas ser traidor do Messias.
Em psicologia, os linchamento públicos representam catarses, sendo seus perpetradores potenciais "criminosos neuróticos". A diferença para uma pessoa que soca uma mesa para outro que entoa impropério intelectual, como mentecaptoalcoviteiroasinino, e àquele que desfere um tiro, em nome de sua honra, qual é? Depende das circunstâncias em cada período da História do Homo Sapiens Sapiens Conflictus. Os intelectuais, apesar de que as honras dos párias, entre 1891 a 1988, não eram defendidas pela Justiça brasileira, sabiam que pelo analfabetismo, estrategicamente criada pela Arquitetura da Discriminação, os párias não interpretariam o significado do impropério culto. Outro dia, tenho assistido Mazzaropi, constatei o que disse alhures, o culto usando seu conhecimento para ofender o caipira analfabeto. Na cena, os amigos do caipira alertaram que o (culto) doutor falara palavrão.
Antes de 1988, chutar um cachorro sarnento na via pública não era crime, algumas raras pessoas se incomodavam com o ato. Atualmente, o ato é considerado crime por maus-tratos aos animais. Um exemplo comum, em pleno verão, os donos dos caninos passeiam com seus amados animas pelas calçadas das orlas. Lindo cão, com patas queimadas e (quase) morrendo de cede.
LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998
Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.
Há os "sem noção", sem "maldade", e sem observação (introspecção); acha que não está fazendo mal ao próprio animal, como no exemplo do passeio na orla. Há o cidadão que comete o ato por impulso (instinto de defesa), como, por exemplo, chutar uma cão que urina sobre o tênis do animal humano racional. E existe as pessoas das quais não gostam de animal não humano, ou o tipo de espécie.
Temos, então, Crime e Castigo, conforme o período de entendimento humano ao que seja, realmente, crime. A descarga motora em algo ou alguém depende do entendimento do sujeito ativo, da cultura e seus valores, ou seja, sujeito ativo e superego estão interligados — neste último, superego, as barreiras sociais, morais e legais censurando (Crime e Castigo) o ato.
O ato de se matar uma mulher, em nome da honra masculina, era socialmente aceito, assim como juridicamente. Ordenações Filipinas, ao homem o direito de aplicar justiça; não era considerado como violações aos Direitos Humanos. A mulher era propriedade privada do marido, logo, como bom administrador de seus bens, móveis e imóveis, uma traição feminina era inconcebível, principalmente se ela ficasse grávida do amante. Inadmissível que o proprietário legítimo, o marido, tenha que cuidar e criar uma criança sem seu DNA; o patrimônio seria passado para um herdeiro ilegítimo. Moral e direito à propriedade, mulher e criança. Se fosse uma criança gerada entre uma escrava e seu senhor, moralmente não era nada demais, além disso, o filho da escrava geraria dividendos ao senhor, pelo trabalho escravo do infeliz ser humano que nasceu de mãe escrava.
Qual a diferença, então, entre uma pessoa que chuta um cão sardento para uma pessoa que atira para roubar? Se antes da interpretação, do Homo Sapiens Sapiens Conflictus, o ato de chutar animal na rua não era crime de maus-tratos, enquanto matar uma pessoa para roubar o ato era considerado criminoso, tudo consubstancia no entendimento sobre freio ou permissão social. O criminoso neurótico, então, desfere sua descarga motora por não temer ação sensora do superego. E quando é em legítima defesa? Matar em legítima defesa? Eis o imbróglio na Criminologia. Tudo depende das condições mesológicas. Porém, algo é preponderante, a intenção do sujeito ativo, as circunstâncias reais para o cometimento do ato. Em muitos casos, o conhecimento do que seja crime ou não pode fazer com que o sujeito ativo do crime aja com a certeza de que o seu ato será considerado como crime justo, a legítima defesa. E o superego, o sensor ao ato criminoso de tirar uma vida humana de forma banal, como fica? Não tem força de impedir tal ato, pois a intenção real do sujeito ativo é fazer justiça pelas próprias mãos (exercício arbitrário das próprias razões).
Logo, os valores pessoais, muitas vezes, sobrepõem-se sobre os valores sociais. Na conjuntura atual, os valores comportamentais aos Direitos Humanos sobrepõem-se aos valores comunitários anteriores à CRFB de 1988. Contudo, o criminoso neurótico agirá em nome de uma "justiça" moral, jamais ética. Aqui não estou me referindo ao psicopata, porém, como já mencionado em outros artigos, a condição cerebral, a estrutura cerebral, não prenuncia uma pessoa que vá cometer crime, como serial killers, muito menos lesar o patrimônio público. A educação pode conter os próprios impulsos. Há o criminoso, assim educado (educação social), como matar uma mulher em defesa da honra masculina, há o criminoso justificando seu ato pela ciência de permissão nas leis, por exemplo, o crime justo em matar em legítima defesa, e o crime pela constituição cerebral, a ausência de empatia. O habitat e seus valores também influenciam, quanto mais discriminador, preconceituoso e corrupto, maiores são os atos desumanos — contra os Direitos Humanos. A seletividade penal, então, é um componente basilar para se justificar atos socialmente morais de atos socialmente imorais. A ética, por sua vez, já que exige deliberação profunda sobre os próprios atos, não faz parte das engrenagens psíquicas do sujeito ou da coletividade.
"Malhar o Judas" é o que se tem materializado, o outro (a) é sempre o pior dos seres humanos. O reforço, consentimento social, piora essa condição de interpretação do que seja "justiça".
O bispo Dom Angélico Sândalo Bernardino, que celebrou a missa em nome de Dona Marisa Letícia na frente do Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo, pediu a palavra para dar um conselho ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estava a seu lado no carro de som. “Eu tenho 85 anos e posso fazer isso”, explicou.
Se foi Golpe ou não, se Lula é inocente ou não, à questão: os comentários. Sondando, verifiquei que o padre foi aviltado em sua dignidade. Muitos dos comentários, indignadíssimos, consideravam-no como "adorar de comunista", "herege", e linchamentos morais que aqui não vem ao caso.
O que prega o Cristianismo? Todos são filhos de Deus Único. Não há distinções entre etnias, religiões, sexualidades; distinções na concepção de exclusões e perseguições. A única verdade, as Boas Novas são para todos. Jesus Cristo mandou perseguir, usar armas para cessarem ódios, para convencer de que se deve seguir Cristo? Jesus não fundou nenhuma Igreja, mas reafirmou que a verdadeira Igreja está dentro dos corações humanos, principalmente em seus próprios atos. Até o último momento de vida, o arrependimento é a salvação. Quando Jesus perdoou Marida Madalena e disse para ela não percar mais, o Messias sabia que ela poderia ser apedrejada caso ele não estivesse por perto. Romanos, os mais odiosos entre os judeus, Jesus não disse que não ingressariam na Casa do Pai. Infelizmente, os "justiceiros" usam o Antigo Testamento como verdades impositivas, e muitos dos conteúdos deste Livre Sagrado têm atos incompatíveis com o Novo Testamento, como apedrejar mulher, gay etc. O Papa joão Paulo II teve a atitude cristã, perdoou seu algoz atirador.
Isso quer dizer que todos os criminosos devem ficar fora das grades, que todas pessoa que defendem os Direitos Humanos são comunistas? O bispo Dom Angélico deve ser crucificado? Claro que não. Os potenciais criminosos devem ser presos, ao mesmo tempo que a segunda chance deve ser dada. Verdadeiro cristão procurará saber do por quê do ato criminoso, quais as condições sociais que levaram ao ato, como combater os mecanismos sociais e políticos geradores de diferenças sociais, e suas consequências para a frutificação dos crimes, a sensibilidade (seletividade) social sobre o que seja crime ou não. Os ultraconservadores, os ultrarradicais não admitem mudanças em suas convicções pessoais, muito menos mudanças na cultura em que vivem, pois é incompatível e insuportável viver numa sociedade que não valoriza os seus valores morais.
Acrescenta-se a esta motivação mais teológica, outras:
A prática da “Malhação de Judas” é uma demonstração de violência e de incentivo a esta, ainda que seja somente uma encenação teatral. Não seria bom pensar nisso, especialmente na nossa sociedade atual onde de fato a violência, a vingança e o ódio sempre mais se fazem presentes desde os lares até os locais públicos? Pensemos nas crianças que veem e participam de tal demonstração de ódio e vingança! Que valores cultivarão no seu interior? Será que esta vingança contra Judas tem algo a ver com o verdadeiro cristianismo que prega o perdão e a reconciliação?
Sabe-se também que em muitos lugares a “Malhação de Judas” serve para que outros personagens sejam motivos de deboche e piadas. Fala-se de um “testamento” onde Judas deixaria as indicações para algumas “pessoas da comunidade”. O que pensar disso? Quantas pessoas são vítimas de brincadeiras de mau gosto e que as expõe ao ridículo? Será que apresentar as pessoas não bem quistas da comunidade às piadas e deboches de todos é mesmo necessário? Quais os critérios o “tal Judas” que escreveu o testamento usou? Será que ele não queria vir à desforra contra seus desafetos? E o que não dizer aqui de tantas situações como competições, inimizades políticas e coisas assim…?
Há também nesta prática algo que pode remeter a uma aversão aos judeus. Em Judas estaria caindo toda a revolta contra “os judeus” que prenderam e mataram Jesus. Esta atitude chamada anti-semitismo que muito esteve presente na consciência de cristãos de várias épocas não pode ser continuadamente propagada. Não podemos culpar o “povo judeu” como um todo pela morte de Jesus!
A “festa” que muitos dizem ser uma “tradição” acaba servindo de pretexto para que a bebedeira e com ela outras conseqüências sejam o saldo deste evento. (Fonte: Diocese de Caetité).
Desafio aos conservadores liberais, é possível:
  • Trabalho escravo com Livre Mercado para o desenvolvimento econômico?
  • Dizer que não é preconceituoso se se exige ditadura — Forma de governo em que todos os poderes se enfeixam nas mãos dum indivíduo, dum grupo, duma assembléia, dum partido, ou duma classe; Qualquer regime de governo que cerceia ou suprime as liberdades individuais (Dicionário Aurélio) — contra a autonomia da vontade dos LGBTs, como casamento, e adoção de crianças?
  • Condenar os Direitos Humanos (social, econômico e cultural) para justificar "valores supremos imutáveis"?
  • Defender os direitos das mulheres quando se ataca uma mulher por ela exerce sua autonomia da vontade — Em Havard, Anitta conta como saiu da pobreza e virou sucesso internacional — por música e trajes incompatíveis com a moral ultraconservadora?
  • Defender o Livre Mercado enquanto se exige costumes anteriores a segunda metade do século XX?
Filosofia libertária, a autonomia da vontade, a autopossessão. De certa maneira, o cristianismo contemporâneo permite a autopossessão e a autonomia da vontade, porém, cada qual é responsável por suas próprias escolhas, como apregoa a filosofia libertária. O Novo Cristão não persegue, não mata em nome de uma "verdade superior", não permite o Livre Mercado com o fomento ao trabalho escravo, não deixará de falar com uma samaritana por ser "impura", não invocará Deus para matar os "inimigos". O Novo Cristão dirá que John Lennon morreu com três tiros pela vontade de Deus.
Fiat Lux!

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