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Corpo de Mãe Stella de Oxóssi está ao lado dos de Mãe Menininha do Gantois e Raul Seixas

[Corpo de Mãe Stella de Oxóssi está ao lado dos de Mãe Menininha do Gantois e Raul Seixas]
Foto: Bruno Luiz

No Orum, o céu para o candomblé, Mãe Stella de Oxóssi vai encontrar os ancestrais. No Aiyê, a Terra, a ialorixá do terreiro Ilê Axé Opô Afonjá também foi enterrada próxima a alguns deles.
 
Seu corpo foi sepultado perto dos de Maria Escolástica da Conceição Nazaré, a ialorixá Mãe Menininha do Gantois, e de Cleusa da Conceição Nazaré de Oliveira, a Mãe Cleusa de Nanã, substituta de Mãe Menininha na liderança do Terreiro do Gantois. Mãe Stella foi enterrada também próxima ao local onde estão os restos mortais do cantor Raul Seixas.
 
O lote do cemitério Parque Jardim da Saudade, onde o corpo da sacerdotisa foi sepultado por volta das 11h30 deste sábado (29), em Campinas de Brotas, em Salvador, foi escolhido a dedo pelos filhos de santo do Afonjá. O número do lote, 2382, também. Guarda relação com o culto a Xangô, patrono do terreiro.
 
A relação entre Afonjá e Gantois vai além do simples fato de que são espaços onde se pratica a liturgia do candomblé. Os dois têm como matriz o terreiro Casa Branca do Engenho Velho, em Salvador. Surgiram como uma espécie de dissidência da Casa Branca. O Afonjá, fundado por Eugênia Anna Santos, a Mãe Aninha, em 1910. O Gantois, em 1849, por Maria Júlia da Conceição Nazaré.
 
Patrimônios históricos
O Casa Branca é o terreiro mais antigo de tradição ketu de que se tem notícia no Brasil. Foi também o primeiro a ser declarado patrimônio histórico imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1984. A decisão do órgão foi um marco, já que, até então, apenas templos católicos eram tombados pelo instituto. Atualmente, nove terreiros são tombados no Brasil. Oito deles na Bahia, entre eles o Gantois e o Afonjá. O único fora do estado é a Casa das Minas, no Maranhão. 
 
Local de sepultamento de Mãe Stella foi doado
O lote onde o corpo da ialorixá foi enterrado foi doado pelo cemitério, administrado pela instituição Abrigo Salvador. Isso significa que Mãe Stella não precisará ser exumada para dar lugar a outros corpos, como costuma ocorrer depois de alguns anos nos campos-santos. Um espaço no Aiyê para eternizar a importância da maior sacerdotisa até então em atividade no país.
 
Biografia
Mãe Stella liderava o Afonjá há 42 anos, desde que sucedeu, em 1976, Mãe Ondina. É a 5ª na sucessão do terreiro, já comandado também por Eugênia Anna dos Santos, a Mãe Aninha (fundadora), Mãe Bada e Mãe Senhora.

Também enfermeira, foi consagrada a Oxóssi aos 13 anos, por Mãe Senhora. Além do legado religioso e no campo da literatura, também se notabilizou pela luta contra a intolerância religiosa. Liderou em 1983 a confecção de um manifesto contra o sincretismo religioso, com o apoio de Mãe Menininha do Gantois, Doné Nicinha do Bogum, Mãe Teté da Casa Branca e Olga do Alaketo, durante a II Conferência Mundial da Tradição Orixá e Cultura.
 
Foi agraciada com o título Doutor Honoris Causa concedido em 2005 pela Ufba e, em 2009, pela Universidade do Estado da Bahia (Uneb). Também foi condecorada com a Ordem do Mérito Cultural do Ministério da Cultura, a comenda Maria Quitéria e a Ordem do Cavaleiro. Deixa um legado de militância pelo resgate e fortalecimento da cultura do povo negro no Brasil. 





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