A recente e corajosa mobilização liderada pelo youtuber Felca, que trouxe à tona o grave problema da adultização e exploração de crianças e adolescentes em vídeos na internet por criminosos e influenciadores inescrupulosos, foi um grito necessário que ecoou em todo o país. O PIRÔPO NEWS aplaude a iniciativa, mas usa a oportunidade para ampliar o debate: a ameaça à infância e à adolescência não está apenas nas telas, mas também na cultura que se consome.
É urgente alertar a sociedade para o crescimento de um conteúdo culturalmente imoral – especialmente em certos nichos do funk e nos chamados "Paredões" que invadem o Rio de Janeiro e o Nordeste – que faz uma apologia explícita ao sexo precoce, à objetificação e ao uso de drogas. Essa "cultura deplorável" tem sido consumida, sem o devido filtro e conscientização, por nossas crianças e adolescentes.
Conscientização e Responsabilidade Social
Precisamos de uma frente unida de influenciadores, educadores, pais e familiares que atuem na conscientização. É fundamental que se alerte os responsáveis sobre a necessidade de monitorar o consumo de músicas, vestimentas e ambientes sociais dos jovens. O conteúdo impróprio não só induz a uma visão distorcida e precoce da sexualidade, como normaliza a marginalidade e o desrespeito.
Como repórter e professor, o que defendemos é que criança tem que ser criança. É direito inalienável do indivíduo em desenvolvimento ter acesso prioritário à educação de qualidade, ao esporte e ao lazer, e de manter a essência da infância – até mesmo nas vestimentas e atitudes.
A adultização é um mal que se infiltra em diversos núcleos da sociedade, indo além da marginalidade. Ela se manifesta até mesmo em ambientes religiosos, quando alguns pais, por vaidade ou dogma, impõem aos filhos papéis adultos, como o de "pastores mirins", retirando-lhes o direito de simplesmente ser e se desenvolver no tempo certo.
A Lei e a Proteção Integral: O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
É imperativo que as autoridades e o Congresso Nacional se mobilizem para criar leis mais duras para punir aqueles que, de qualquer forma, induzem crianças e adolescentes a esse caminho promíscuo e imoral, seja no digital, na música, ou em qualquer outro meio.
Nesse contexto, lembramos o fundamental Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – Lei nº 8.069/90. O ECA estabelece a proteção integral à criança e ao adolescente, colocando-os como prioridade absoluta da família, da sociedade e do Estado. A lei é clara ao condenar toda e qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
A indução ou o incentivo à prática de atos libidinosos ou o oferecimento de substâncias ilícitas a menores são crimes tipificados no ECA, com punições severas para quem viola os direitos básicos de desenvolvimento e dignidade dos nossos jovens. O Estatuto é o nosso marco legal e deve ser a nossa bússola moral e jurídica para a defesa de cada criança no Brasil.
Seu Papel é Salvar uma Vida: Disque 100
A defesa da infância é uma responsabilidade coletiva. Não podemos ser omissos diante de qualquer sinal de abuso, exploração ou violação de direitos.