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Foto : Alexssandro Loyola/PSDB |
Advogado criminalista de grandes figuras políticas, Antonio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, criticou o teor da troca de mensagens entre membros da força-tarefa da Lava Jato e o ex-juiz federal e atual ministro da Justiça, Sergio Moro. Em entrevista a Mário Kertész hoje (10), durante o Jornal da Bahia no Ar da Rádio Metrópole, ele questionou o grau de relacionamento entre o ex-magistrado e o procurador Deltan Dallagnol, que faz parte do órgão.
"Até eu fiquei assustado com o que está saindo. Temos que esperar para saber o que vai acontecer. Mas sem a menor dúvida, estamos de frente para um escândalo de mesmo porte do que foi à época da Lava Jato. Estamos vendo uma instrumentalização do poder jurisdicional com alguns membros do MPF. Isso fere o estado democrático de direito", declarou o advogado.
"Em 40 anos, nunca vi nada disso na advocacia criminal. Se fossemos à régua deles e o parâmetro deles, eles deveriam estra pressos. Tem que haver uma investigação séria e ampla, com ampla defesa e com tudo aquilo que eles não deram todos esses anos", acrescentou.
Questionado sobre possíveis danos à Lava Jato, Kakay disse que a população pode se sentir enganada diante da divulgação das falas. Para ele, o próprio Moro, enquanto juiz, não permitiria tais ações no âmbito da operação. " A Lava Jato tem que continuar naquilo que ela desnudou, dos malfeitos e dos crimes, mas nunca com essa instrumentalização. Nenhum e nem outro fizeram um desmentido. Ambos questionaram o método, mas o material é verdadeiro. Tem vídeos e fotos. Isso coloca o judiciário em cheque, ele tem que dar uma resposta à altura a esse juiz político que desmerece o judiciário", afirmou o jurista.
Ainda de acordo com o advogado, há uma preocupação sobre uma possível tentativa de abafar a divulgação destas mensagens. "Essa preocupação existe, mas a situação se agigantou de tal forma. O MP é feito de pessoas super valorosas e esse Deltan não representa o órgão. Eles se julgaram semideuses e heróis. Eles agora estão demonstrando que questões são ilegais. Quando Moro vazou a questão de Lula e Dilma, ele afirmou que o interesse público tem que prevalecer. Quer interesse maior do que essas figuras estão falando? Não acredito que os juízes brasileiros vão apoiar esse senhor. É hora dele provar do próprio veneno. Ele prenderia ele próprio se ele fosse minimamente correto", finalizou.
M1