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É TÃO BOM. É SALVADOR
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Vinicius Figueira se aproxima da vaga olímpica e terá reedição da final do Mundial na Premier League de Dubai


Briga pelo ouro tem grande peso no ranking do caratê para Tóquio e será contra o francês Steven Dacosta, que levou a melhor sobre o brasileiro em 2018, em Madri
O carateca Vinicius Figueira venceu as quatro lutas que disputou no primeiro dia de competições da Premier League de Dubai, nos Emirados Árabes. Atual vice-campeão mundial na categoria -67kg, o brasileiro passou por Christian Wever, da Guatemala (3 x 1), Samy Ennkhaili, da Espanha (2 x 0), Marvin Garin, da França (2 x 1), e por Supa Ngamphuengphit, da Tailândia (4 x 0), para chegar à decisão, agendada para o próximo domingo. Na categoria, a competição reunia 56 atletas de 38 países.
Vinicius Figueira (E) e o francês Steven Dacosta. Finalistas do Mundial de 2018, em Madri, se reencontram domingo na final da Premier League de Dubai. Foto: Abelardo Mendes Jr./ rededoesporte.gov.br
A briga pelo ouro será uma reedição da final do Mundial de Madri, disputado em 2018. O adversário de Vinicius será o francês Steven Dacosta, atual líder do ranking para a estreia do caratê em Jogos Olímpicos. Na Espanha, Dacosta levou a melhor e ficou com o título mundial. Em Dubai, mais do que a chance da revanche, interessam a Vinicius os pontos preciosos que o título significaria na corrida para ocupar a vaga da categoria nos Jogos Olímpicos.
"Vou para essa final pensando justamente nessa pontuação, porque meu objetivo é a classificação para as Olimpíadas. Como o egípcio perdeu na primeira luta e não repescou, foi positivo para mim porque consigo ampliar agora essa vantagem, mas preciso manter o foco, porque tem essa final, com pontos importantes a conquistar, e outras duas competições"
Vinicius Figueira
"Essa campanha do Vinicius em Dubai veio num momento muito positivo. Ele passou por um primeiro combate bem amarrado, em que não conseguiu se soltar tanto, mas foi cauteloso. E essa cautela, junto com uma mescla de volume e intensidade que ele impõe e inibe as ações dos adversários, foi essencial para ele chegar à final", afirmou o técnico da seleção masculina de caratê, Ricardo Aguiar. 

Vinicius chegou a Dubai rigorosamente empatado com o egípcio Ali Elsawy, ambos com 5.872 pontos, na vice-liderança da corrida olímpica. O francês Dacosta lidera com soberania, com 7.950 pontos, e dificilmente será alcançado.O regulamento para chegar aos Jogos de Tóquio é bem restrito. A competição terá apenas dez atletas em cada uma das seis categorias de peso do kumite, mais dez nas disputas individuais de kata (prova de demonstração de golpes), masculino e feminino. Quatro dessas vagas, em cada categoria, são definidas de forma direta pelo ranking olímpico que vem sendo preenchido desde o fim de 2018.

O problema de Vinicius é que a categoria dele será unificada na capital japonesa. Os atletas dos pesos -60kg e -67kg lutarão juntos. Na prática, isso significa que a briga por ranking reserva apenas duas vagas diretas para caratecas da categoria -60kg e outras duas na -67kg.
"O Vinicius está brigando pelo ouro e vai reeditar aquela final de dois anos atrás, que foi espetacular, muito forte. Ele está focado para reverter o quadro do último Mundial, e sabe que não pode baixar a guarda na corrida olímpica. Cada etapa é como se fosse a última. Até o Marrocos, quando fecha o ranking, cada ponto conquistado é importante e cada ponto perdido é relevante"
Ricardo Aguiar, técnico da seleção brasileira de caratê
A boa notícia para o brasileiro é que, além de ter chegado à final em Dubai, o egípcio Ali Elsawy, seu concorrente direto, foi eliminado na estreia diante do iraniano Amir Mehdizadeh, por 2 x 1. Com isso, Vinicius sairá dos Emirados Árabes com a segunda colocação consolidada no ranking, que será fechado de forma definitiva em 6 de abril. Até lá, o calendário ainda prevê etapas da Premier League em Salzburgo, na Áustria (no fim de fevereiro), e em Rabat, no Marrocos (13 a 15 de março).
"Eu vou para essa final pensando justamente nessa pontuação, porque meu objetivo é a classificação para as Olimpíadas. Como o egípcio perdeu na primeira luta e não repescou, foi positivo para mim porque consigo ampliar agora essa vantagem, mas preciso manter o foco, porque tem essa final, com pontos importantes a conquistar, e outras duas competições", disse Vinicius.
"O Vinicius está brigando pelo ouro e vai reeditar aquela final de dois anos atrás, que foi espetacular, muito forte. Ele está focado para reverter o quadro do último Mundial, e sabe que não pode baixar a guarda na corrida olímpica. Cada etapa é como se fosse a última. Até o Marrocos, quando fecha o ranking, cada ponto conquistado é importante e cada ponto perdido é relevante. Por isso temos um trabalho da seleção toda, com equipe multidisciplinar, para que o Vinicius possa lutar sempre seu melhor caratê", disse Ricardo Aguiar. 
Brose: decisão de encarar seletiva de categoria 15kg acima de seu peso para manter o sonho olímpico. Foto: Abelardo Mendes Jr./ rededoesporte.gov.br
O Plano B de Douglas
"Ainda tenho que estudar detalhes com a equipe técnica e física. Não sabemos se um ganho excessivo de peso ajudaria, porque posso perder uma das minhas características mais importantes, que é a velocidade. Com certeza o treinamento técnico e tático (inclusive os parceiros de treino) deve mudar, por conta da distância de luta. Estamos estudando adversários e possíveis caminhos. Quero brigar pelo meu sonho até o fim"
Douglas Brose, da categoria -60kg, que vai disputar a seletiva olímpica na -75kg
Na mesma classe olímpica de Vinicius há outro brasileiro com histórico de resultados expressivos no circuito internacional. Bicampeão mundial, Douglas Brose compete habitualmente na categoria -60kg. E, como o regulamento define que cada país só poderá ter um representante por classe na capital japonesa, Douglas, atualmente em quinto na categoria -60kg, competia indiretamente com Vinicius. Em Dubai, contudo, Brose foi eliminado na estreia, pelo belga Michael Dasoul, por 1 x 0. Matematicamente, a chance dele se esvaiu.
Mas, competitivo por essência, Brose tem no horizonte um Plano B ousado. No Brasil, ele participou e venceu a seletiva olímpica da categoria -75kg, classe quilos acima do peso em que normalmente atua. Sua intenção, a partir de agora, é se preparar para a seletiva que distribui três vagas na -75kg em Paris, na França, em maio. "Infelizmente acabei perdendo na estreia aqui em Dubai. Como ganhei a seletiva no Brasil na -75 Kg, a chance que me resta para conseguir a vaga olímpica é essa última seletiva", disse Brose. 
Para trilhar esse caminho, o brasileiro já ajusta com a equipe a estratégia e a tática, diante de uma categoria em que os atletas são maiores, mais pesados e de envergadura mais ampla. "Ainda tenho que estudar alguns detalhes com a equipe técnica e física. Não sabemos se um ganho excessivo de peso ajudaria, porque posso perder uma das minhas características mais importantes, que é a velocidade. Com certeza o treinamento técnico e tático (inclusive os parceiros de treino) devem mudar, por conta da distância de luta. Vamos estudar com calma esses detalhes. Estamos estudando os adversários e possíveis caminhos para a vaga. Quero tentar brigar pelo meu sonho até o fim", comentou Brose.
"A decisão do Douglas foi uma atitude extremamente precisa na minha opinião. A classificação olímpica é um jogo de números, de pontuação, de probabilidades de derrotas de um e vitória do outro. Ele viu a alternativa na -75kg e encarou. Lutar por esse sonho olímpico até o último segundo e até a última opção é uma característica do Douglas. Ele sempre encara da melhor forma e com propriedade. Ele vai atrás dessa possibilidade em Paris em excelente condição. É um atleta extremamente respeitado. Torcemos para que isso seja efetivado", afirmou o técnico Ricardo Aguiar. 
"O Douglas ganhou o pré-olímpico nacional da -75kg de forma legítima e será nosso representante nessa seletiva em Paris. Ele é um cara experiente, de qualidade técnica e física excepcional. Vai ser algo difícil? Sim, não tenha dúvidas. É uma desvantagem grande em tamanho, peso e envergadura. É impossível? Não, afinal de contas ele já mostrou toda a qualidade que tem, e vamos torcer muito por ele", completou Diego Spigolon, também integrante da comissão técnica da seleção brasileira de caratê. 
Outros brasileiros
Na mesma categoria habitual de Brose, a -60kg, outro brasileiro competiu em Dubai e foi eliminado na estreia. Rafael Nascimento caiu na primeira rodada para o georgiano David Tkebuchava por 4 x 1. Neste sábado, outros dois brasileiros entram em ação em Dubai: Stephanie Lima, na -61kg, e Diego Silva, na -84kg.
Valéria mira vaga continental
Com o currículo de vice-campeã mundial e tetracampeã dos Jogos Pan-Americanos, Valéria Kumizaki é a carateca nacional com mais chances de chegar ao Japão, mas não exatamente pelo ranking olímpico. Em Dubai, Valéria chegou com nove adversárias à sua frente no ranking para Tóquio na categoria -55kg, um desafio que ficou ainda mais complexo porque Valéria foi superada na estreia por Jennifer Warling, de Luxemburgo, por 3 x 2.
Todas as adversárias à frente da brasileira, contudo, não são do continente americano. Isso é estratégico porque um dos critérios de seleção de atletas para Tóquio leva em conta duas vagas continentais para quem estiver melhor ranqueado e que não tenha sido contemplado com vagas anteriores. Ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, em 2019, Valéria tem boas chances de se classificar por esse critério. "A Valéria está pensando principalmente na vaga continental. É o critério mais próximo para ela", afirmou o técnico da seleção brasileira feminina, Diego Spigolon.
Nippon Budokan: o 'Maracanã' das artes marciais será palco do caratê e do judô nos Jogos Tóquio 2020. Foto: Roberto Castro/ rededoesporte.gov.br
Templo olímpico
Nos Jogos Olímpicos de Tóquio, as competições do caratê serão disputadas nos últimos dias do megaevento, entre 6 e 8 de agosto. O palco será o mesmo que antes receberá o judô. A Nippon Budokan é uma arena historicamente conectada com as artes marciais no Japão e foi criada para os Jogos Olímpicos de 1964. A instalação recebeu em 2019 o Mundial de Judô.
Investimentos federais
Valéria, Douglas e Vinicius são integrantes da categoria pódio, a mais alta do Bolsa Atleta, da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania. O investimento federal mensal nos três é de R$ 37 mil, ou R$ 444 mil por ano. Ao todo, nove dos dez atletas inscritos na Premier League são contemplados em alguma das categorias do programa, num aporte mensal de R$ 45.325, ou R$ 543,9 mil por ano.
Levando em conta a modalidade como um todo, o caratê tem atualmente 140 contemplados pelo Bolsa Atleta, num investimento de R$ 2 milhões por ano. São 65 mulheres e 75 homens, com 99 inscritos na categoria nacional e 41 na categoria internacional.
Gustavo Cunha, rededoesporte.gov.br

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