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Coronavírus chega a Gaza e prenuncia a calamidade


Perspectiva de propagação da pandemia entre palestinos deflagra mais confinamento em territórios já isolados e densamente povoados.



Mercado em Jerusalém, em 22 de março de 2020 — Foto: Ronen Zvulun/Reuters
Mercado em Jerusalém, em 22 de março de 2020 — Foto: Ronen Zvulun/Reuters
Em tempos de pandemia, o maior pesadelo de autoridades israelenses e palestinas tornou-se real. O novocoronavírus rompeu o bloqueio de Gaza, onde dois milhões de moradores se amontoam em apenas 365 quilômetros de quadrados, registrando os dois primeiros casos numa das áreas mais densamente povoadas do planeta.
O diagnóstico positivo em dois palestinos que haviam retornado do Paquistão, ingressando pela fronteira de Rafah, no Egito, deflagrou o confinamento e o distanciamento social no enclave já isolado do mundo exterior. Escolas foram fechadas; casamentos e orações em mesquitas, proibidos. A doença pôs em quarentena o chefe das forças de segurança do Hamas, que governa o território, assim como alguns de seus ministros.
Na melhor das hipóteses, o prognóstico é o de calamidade. A Organização Mundial de Saúde alerta que o sistema de saúde do enclave, em estado permanente de colapso, é incapaz de lidar com a propagação da doença.
Pequeno parênteses para entender por que a população de Gaza encontra-se em situação tão vulnerável. Desde 2007, o território é controlado pelo Hamas, organização considerada terrorista por Israel, e, por isso, enfrenta o bloqueio marítimo, terrestre e aéreo. Ofensivas em 2009, 2012 e 2014 contribuíram para deteriorar as condições de vida de seus moradores.
Essa combinação de densidade populacional, extrema pobreza, colapso de infraestrutura e dependência de ajuda humanitária faz com que a ONG israelense B’tselem anteveja um “desastre de proporções terríveis” na região durante a pandemia de coronavírus.
Pelos cálculos do diretor do escritório da OMS em Gaza, Abdelnasser Soboh, o território seria capaz de absorver apenas os primeiros cem casos da doença e, assim mesmo, de forma gradual: do total de 62 respiradores, apenas 15 estão disponíveis.
Sob o comando da Autoridade Palestina, na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental a situação também é preocupante. Pelo menos 59 pessoas foram infectadas.
Para evitar a propagação do surto, o premiê Mohammed Shtayyeh, anunciou medidas restritivas semelhantes às aplicadas em Israel, onde há mais de mil casos diagnosticados de Covid-19: a população deve permanecer em casa, e a liberdade de movimento é permitida apenas a quem precisa ir ao supermercado ou ao médico.
Considerada o terceiro local mais sagrado do Islã, a mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, foi fechada ao público pela primeira vez desde 1967 pela fundação jordaniana que a administra. O governo israelense já havia bloqueado o acesso à Esplanada das Mesquitas, mas as orações, com grande concentração de fiéis, prosseguiram até sexta-feira passada, violando a proibição.
Se há uma lição possível do novo coronavírus no Oriente Médio, é a perspectiva de diálogo, embora ainda incipiente, para evitar a propagação do surto. Israel vem realizando treinamento de equipes médicas palestinas.
A Coordenação de Atividade Governamental nos Territórios anuncia a transferência de mil kits de equipamentos de proteção e cem de testes para a Autoridade Palestina, rival do Hamas na região.
Uma pesquisa do Instituto Truman para a Paz da Universidade Hebraica de Jerusalém indica que 63% dos israelenses -- judeus e árabes -- são favoráveis à ajuda aos palestinos durante a pandemia. Esta parcela está consciente de que os efeitos serão dramáticos para ambos os lados do conflito que dura mais de sete décadas, caso a doença se dissemine nos territórios palestinos

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