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Dividido, movimento por greve de caminhoneiros perde força

 

Foto: Sérgio Lima/Poder 360

A possibilidade de uma paralisação de caminhoneiros em 1º de fevereiro aos moldes da greve de 2018 é cada vez mais remota. Lideranças ouvidas pelo Poder360avaliam que a tendência é haver protestos pontuais. A categoria é bastante dividida e não há união em torno do tema. É um cenário muito diferente do visto há 2 anos atrás.

Os caminhoneiros reivindicam o fim da política de paridade de preços com o mercado internacional praticada pela Petrobras. Criticam os aumentos de 5,05% e 4,98% nos preços da gasolina e do diesel, respectivamente.

Tarcísio Gomes de Freitas, ministro da Infraestrutura, é o responsável no governo para articular as políticas públicas com a categoria. Ele vem reunindo-se com diversas lideranças por meio do Fórum do Transporte Rodoviário de Cargas. Tem ouvido diversas queixas, mas aposta em um ato mínimo.

“Não devemos ter greve. A mobilização é baixa. Sabemos que a situação é super difícil para eles. Mas, a maioria tem uma compreensão incrível do momento pelo qual passamos e não vai aderir. Podemos ter alguns pontos isolados de protestos, que devem se desmobilizar rapidamente. Além disso, vamos seguir em frente na nossa agenda de trabalho”, disse ao Poder360.

O governo “acredita fortemente” que não haverá muita adesão aos protestos. Mesmo assim, deixou a Polícia Rodoviária Federal de prontidão para impedir bloqueios. A maior preocupação das autoridades é com as primeiras horas desta 2ª (1º.fev), porque qualquer ação isolada pode causar pânico nos mercados.

BOLSONARO ENTRA EM CAMPO

O presidente Jair Bolsonaro pediu no sábado (30.jan.2021) para a categoria não cruzar os braços. Bolsonaro tem grande influência no setor. Grande parte deles apoiou o capitão reformado no caminho à Presidência da República.

“Sabemos dos problemas deles. Se tivesse condições, zeraria PIS/Cofins para o óleo diesel, que está em R$ 0,33, mas vamos tentar zerar pelo menos, mas não é fácil”, afirmou o presidente a jornalistas em Brasília.

Bolsonaro argumenta que “foi em cima da Petrobras” para entender o porquê de o combustível ser caro. Ele ouviu do presidente da estatal, Roberto Castello Branco, que a cotação acompanha o valor internacional e que o suprimento interno é o mais barato dos Brics, grupo de países que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Para neutralizar o aumento dos preços com a redução do PIS/Cofins sobre o combustível, será necessário uma nova fonte de receita, o que é muito difícil. Para reduzir cada centavo, é necessário uma compensação de R$ 800 milhões por ano. A um dia da nova greve, o Ministério da Economia não definiu se a redução será concretizada.

O governo tentou aplacar os ânimos dos caminhoneiros ao zerar o imposto de importação de pneus para veículos de carga e incluir os motoristas no grupo prioritário de vacinação contra a covid-19.

Os caminhoneiros também reclamam do descumprimento da tabela de frete. Em áudio que circula nas redes sociais, Freitas diz que nada pode fazer. “A fiscalização não é efetiva e não vai ser nunca”. Segundo ele, foram aplicadas 13 mil multas nos contratantes que descumpriram a lei, que de nada adiantaram. “Como vai tirar o direito de um embarcador ou de uma transportadora de contratar mais barato?“, argumentou o titular da pasta da Infraestrutura em conversa com representantes da Associação dos Caminhoneiros e Condutores de Capão da Canoa.

Marcius Pirôpo Campeão Mundial

PIRÔPO NEWS BAHIA

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