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SAJ: aluno de medicina é expulso da UFRB faltando apenas quatro meses para se formar

Foto: Reprodução/UOL

Faltando apenas quatro meses para se formar em Medicina pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Jovelino Silva Barreto foi expulso da instituição por fraude. Ficou provado que o aluno fraudou sua entrada na universidade através das cotas para negros e pessoas de baixa renda.

A denúncia de irregularidade feita pelo movimento estudantil que alega que o rapaz não cumpria nenhum dos requisitos. Além de ser branco, ele tinha, no momento da inscrição, carro próprio e era funcionário da Prefeitura Municipal de Presidente Tancredo Neves, onde trabalhava na equipe de Vigilância Sanitária.

Segundo Antônio Bastos, dirigente regional do movimento negro unificado e estudante do curso de gestão pública da UFRB, o rapaz foi apelidado de Jovelino Pérola Branca, uma referência ao nome da sambista Jovelina Pérola Negra. “Fora o fato dele ser um homem branco. Ele não é preto ou pardo. É branco. E ao se declarar pardo, cometeu uma fraude. Ele fez estelionato, burlou dados”, diz Antônio Bastos.

Segundo o Jornal Correio, Jovelino entrou em Medicina em 2016, após ter se formado no Bacharelado Interdisciplinar em Saúde (BIS), que permite a realização de uma outra graduação. Na migração dos cursos, ele optou pela aprovação no sistema de cotas para negros (pretos ou pardos), cuja renda familiar bruta é igual ou inferior a 1,5 salário mínimo per capita.

De acordo com o pró-reitor de Políticas Afirmativas e Assuntos Estudantis (Propaae), Carlos Alberto de Paulo, não está decidido se algum aluno que perdeu a vaga para Jovelino será convocado em seu lugar para a vaga no curso de Medicina. “Isso não está pacificado, pois não é um ato imediato. O que nós temos objetivamente é a identificação de uma fraude e precisamos dar uma resposta. Evidentemente que é uma vaga a mais que deveria ter sido ocupada pela pessoa que se enquadrava nos critérios”, diz.

Uma aluna, que não quis se identificar, entrou em contato com o jornal Correio e afirma se sentir prejudicada porque a vaga que foi ocupada por Jovelino seria sua por direito. O pró-reitor Carlos Alberto orienta que a jovem procure meios legais para assumir a vaga.

“Caso ele não tivesse fraudado, a vaga seria minha. Desde então, entrei em depressão, não consegui voltar a estudar, passei necessidade. Hoje vivo atolada de dívidas, não tenho dinheiro para pagar advogada. Tinha até deixado de lado esse caso para não sofrer com isso, mas com a repercussão da expulsão dele, reascendeu a esperança de justiça”, contou a jovem à reportagem.

Alguns colegas de mostraram contrários à decisão e fizeram um abaixo-assinado virtual pedindo que a universidade mude sua decisão. No documento os colegas afirmam que, “Barreto se autodeclarou pardo, pois é o que ele é. (…) Barreto não fraudou o sistema de cotas. O sistema de cotas fez seu papel e deu a oportunidade a um estudante que precisava”, escreveram.

Antônio Bastos afirma que já esperava essa reação dos colegas brancos. “É natural que os coleguinhas, que são tão brancos quanto ele, se movimentem em favor do seu par. Já sabíamos que ia ter essa reação. Alguns não entendem as cotas, acham que a universidade está fazendo injustiça, mas tem outros que são complacentes com o ilícito e fazem a defesa dele, inclusive por questões raciais. Eles não querem um negro fazendo medicina”, argumenta.


Jornal Correio

 

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