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Pesquisador baiano cria sistema para facilitar acesso a informações turísticas de Salvador


Pesquisador baiano cria sistema para facilitar acesso a informações turísticas de Salvador

Uma pesquisa de pós-doutorado pretende criar um sistema que reúne diversas plataformas digitais contendo informações sobre os principais pontos de atrações turísticas de Salvador, trazendo também as indicações feitas por moradores da cidade. Intitulada “Salvador Sociodigital: um estudo de comunicação aplicada à cultura turística”, ela é desenvolvida pelo pesquisador Moabe Costa, que é professor do Curso de Lazer e Turismo da Universidade de São Paulo (USP).

 

Segundo Moabe, a ideia do projeto surgiu após a análise da memória turística de residentes de Salvador, em sua pesquisa de doutorado, em 2020, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). “Em síntese, identificamos que o soteropolitano reconhece Salvador como uma cidade turística em sua totalidade e aponta para várias potencialidades, além daquelas já divulgadas pelas ações governamentais e pelo trade turístico. Por meio da análise conseguimos identificar conteúdos importantes para a comunicação turística, que convertemos em conteúdos para a plataforma digital do sistema. Daí, entendemos que poderíamos pensar em uma forma de comunicação que pudesse gerar informações mais detalhadas sobre a cidade, ampliando oferta de atrativos - a exemplo dos parques ambientais e aspectos geológicos que dinamizam o turismo de natureza e o geoturismo -, [de modo] que permitisse a atuação do cidadão e de grupos culturais como produtores de conteúdos turísticos e que possibilitasse a divulgação de pequenas empresas locais que podem dinamizar ainda mais a cultura, como restaurantes de bairros do Subúrbio Ferroviário e da Liberdade, desde que estejam devidamente regulamentados, claro.” Explica.
 

 

 

O sistema segue a lógica transmídia, uma forma de produzir informações utilizando diferentes plataformas de mídia. Dessa forma, garante a diversidade de conteúdos na plataforma, possibilitando também que residentes da cidade cadastrem novas informações para agregar ao serviço. 

 

“Em cada plataforma teremos conteúdos específicos. Por exemplo, na internet temos o site do sistema, com as informações detalhadas da cidade, conectadas a redes digitais dos bairros, onde estão as informações produzidas pelo residente. Além disso, no site temos o link ‘Cadastre-se’ para o próprio residente disponibilizar informações de acordo com a categoria desejada. Por meio da mídia eletrônica e impressa, tanto em Salvador, como em centros emissivos, a exemplo de São Paulo, disponibilizaremos conteúdos informativos e educativos sobre a cidade, estabelecendo relação com a plataforma digital. Destacando que são conteúdos diferentes. Por meio de plataformas alternativas, teremos outros conteúdos educativos. Além da produção de press kits para disponibilizar em agências de turismo,” ressalta o baiano sobre a funcionalidade do sistema.

 

Para o professor, a principal carência do setor turístico é na concepção de uma ação de institucionalidade que define o que é e o que não é turístico na cidade. Um ponto de vista ainda pautado pela visão industrial, que limita esses pontos totalmente focados ao setor da economia. “O turismo é uma cultura construída por residentes que têm capacidade de atrair pessoas de outros locais. Se prestarmos atenção nos grandes eventos do calendário turístico de Salvador (festas de largo, ensaios de verão e o próprio carnaval), são todas expressões locais que vão acontecer com ou sem turistas. Na pesquisa de doutorado, identificamos que a população entende que ela é fundamental para o desenvolvimento turístico.”

 

A chegada do “Salvador Sociodigital” trará benefícios não só para os turistas que visitam a cidade, mas também para todos os soteropolitanos que poderão fazer parte do sistema e terão fácil acesso no mapeamento cultural de Salvador. O sistema também poderá auxiliar na criação de redes de empresários, direcionamento de público-alvo e cooperar para processos de sensibilização social para o respeito às diversidades.

 

“Ao organizar a cidade em rede em uma única plataforma, o projeto vai ajudar as gestões públicas no planejamento urbano, favorecendo a processos de governança; vai permitir à população não apenas se reconhecer em processo comunicacionais, mas também a atuar como produtor, o que representa o empoderamento do cidadão, ao mesmo tempo em que ele vai se sentir mais responsável pela cidade e pelo seu bairro, porque ele vai poder ganhar economicamente com as informações que gerar.”

 

Foto:  iStock / Diego Grandi

 

A previsão é que a plataforma digital esteja disponível ainda no verão 2021/2022, restando apenas mais duas etapas que envolvem divulgação e análise do sistema tanto em Salvador, como com residentes, gestores, empresários e turistas. “Com a produção acadêmica que se refere à publicação de artigos e de um livro sobre a experiência, a previsão para o final da pesquisa é em maio de 2023.”

 

Para o baiano, “é importante pensarmos a cidade como um espaço coletivo e o turismo como uma cultura produzida por seus moradores". "Quando pensamos dessa forma, atualizamos perspectivas políticas, sociais, econômicas e tecnológicas que dinamizam o turismo, e conseguimos visualizar e projetar a organização da cidade para além de processos de estetização do urbano e da criação de estereótipos sobre culturas locais, especialmente sobre a cultura afrobaiana, que muitas vezes tem sido transformada em mercadoria.”

 

No mês de setembro a pesquisa será apresentada no XVIII Seminário da Associação Nacional de Programas de Pós-Graduação em Turismo (Anptur).


por Matheus Lens

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