Foto: Jefferson Peixoto/Secom |
Além dos Centros de Convivência Socioassistencial (CCS) administrados de forma própria, a Fundação Cidade Mãe (FCM) também realiza parcerias para estender o atendimento a crianças de adolescentes de Salvador, com atividades sociais e educativas no contraturno escolar. Uma delas é desenvolvida em conjunto com o programa AABB Comunidade, em Piatã, atendendo 250 crianças e adolescentes, com idades entre 7 e 13 anos, oferecendo oficinas de música, esportivas, de lazer e de artes plásticas.
De terça a sexta-feira, o público infantil pratica esportes como o futebol de campo, basquete, handebol e futebol de salão e tem acesso aos espaços do clube, a exemplo da quadra de vôlei, salão de jogos e parque aquático para aulas de natação. “Trabalhamos a ação pela cidadania através do esporte, da arte e da música. A modalidade preferida deles é o futebol de campo, porque faz parte da realidade das crianças e é mais acessível, mas eles experimentam as outras modalidades também”, conta Krissia Sommerlatte, assistente social e gestora da unidade pela FCM.
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Fardamento e alimentação – O projeto pedagógico abrange nove macrocampos: apoio pedagógico em matemática, leitura, interpretação de texto e escrita, além de identidade, cidadania, área socioambiental, Tecnologia da Informação e Direitos Humanos. “Temos esse olhar também relacionado ao conhecimento e aprendizagem na escola, mas os nossos carros-chefes são a cidadania e a identidade, ou seja, o pertencimento da comunidade onde o aluno está inserido”, ressalta Krissia.
A maioria das crianças atendidas são de bairros e comunidades do entorno, a exemplo da Rua Deputado Paulo Jackson e Alto do Coqueirinho, mas as matrículas também são disponibilizadas para pessoas de outras regiões. Os alunos recebem farda e material didático pela Associação Banco do Brasil e café da manhã e almoço por meio de uma parceria com a Secretaria Municipal da Educação (Smed) para a realização do projeto Recompor, uma espécie de reforço em português e matemática.
“Ouvimos sempre das famílias elogios e agradecimentos pelo programa. Então, eles nos dizem que é muito bom saber que no turno oposto da escola seus filhos estão aqui, não estão na rua ou sozinhos em casa, que estão recebendo conhecimento complementar ao da escola, que fazem eles refletirem e buscarem expectativas para o futuro”, conta Maristela Gomes, coordenadora pedagógica do programa.
Conhecimento complementar – Maristela reforça a inclusão feita pelo clube, pois as crianças frequentam o local juntamente com os associados, fazem aula de natação e circulam livremente pelo local. “Trabalhamos muito com eles essa questão de poder sonhar alto, pois eles conseguem. Damos sempre orientação no sentido de não desanimar, de persistir com a meta. Ficamos felizes, inclusive com o sorriso deles quando estão aqui juntos. É muito gratificante”, complementa Maristela Gomes.
Ex-jovem aprendiz da oficina de esportes pelo programa, Maxon Barbosa é uma das provas de que é possível persistir com o sonho e realizá-lo. Ele entrou no programa aos sete anos, ficou até os 17, e hoje é educador. “Pela comunidade onde eu moro, eu vejo que o programa é muito importante, porque hoje a vida do crime tenta atrair muitos jovens. Estando aqui, as crianças se ocupam com atividades esportivas em vez de estar na rua sem ocupação. Neste projeto da FCM eu tive uma formação, enquanto cidadão do bem, e vejo uma importância muito grande da fundação nas nossas vidas. Mudou totalmente a minha visão”, contou.
Morador de Itapuã, Gabriel de Jesus, de 15 anos, pratica futebol de campo pelo programa e não perde uma aula. “Aqui é bom, a gente sai um pouco de casa para praticar o que a gente gosta. E o lugar também é maravilhoso”, salienta.
Priscila Machado/Secom