
Dinheiro teria sido financiado pelo empresário Eike Batista na campanha da candidatura de 2008
O ex-governador Sergio Cabral afirmou em depoimento ao juiz da 7ª Vara Federal Criminal, Marcelo Bretas, nesta sexta-feira, que comprou por R$ 1,5 milhão, em 2008, o apoio do prefeito Marcelo Crivella a candidatura de Eduardo Paes à prefeitura do Rio. O dinheiro teria sido financiado pelo empresário Eike Batista. À época, Paes disputava segundo turno com Fernando Cabeira. Crivella, então senador, ficou em terceiro lugar. "Crivella me ligou. Disse que estava sendo pressionado pelo Armínio Fraga a apoiar o Cabeira por um milhão de dólares. Mas que aquilo não tinha nada a ver com a Igreja. Fizemos reunião no Palácio Laranjeiras e depois um café da manhã na casa do Eike", contou.
De acordo com Cabral, também na campanha de 2008, o candidato Eduardo Paes recebeu R$ 6 milhões do esquema de propina da Fetranspor. Ele informou ainda que outros candidatos tiveram a campanha irrigada pela caixinha do setor de transporte, como Aécio Neves, em 2014. Ele teria recebido R$ 1 milhão. Cabral também demonstrou pouco apreço pelo atual prefeito. “O Crivella, em 2008, fez queixa ao presidente Lula porque não tinha espaço no meu Governo. Eu fui ao Palácio do Planalto e disse, presidente, desculpe, comprei o apoio do Crivella “, revelou Cabral.
Em um pronunciamento no Facebook, o prefeito Marcelo Crivella negou que tenha vendido seu apoio ao então candidato Eduardo Paes. "Isso é uma mentira. Não conheço o Armínio Fraga (ex-presidente do Banco Central). Nunca estive com ele e nem tampouco ele me ofereceu qualquer recurso. Minha opção pelo Eduardo Paes se deu porque ele tinha afinidade com os evangélicos", justificou Crivella.
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