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Justiça nega pedido da CBF para impedir venda de camisas da Adidas

Justiça nega pedido da CBF para impedir venda de camisas da Adidas
O juiz Paulo Assed Estefan, da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, negou pedido de liminar da CBF para impedir que a Adidas comercializasse versões de camisas verde-amarelas, semelhante ao modelo utilizado pela seleção brasileira e fabricado pela Nike.

A entidade acusa a empresa alemã de prejudicar sua parceira que, conforme consta no processo, "paga vultuosas quantias" para ser a única fornecedora de material esportivo da seleção.

Os modelos da Nike e Adidas são vendidos nas cores amarela e com gola verde escuro no estilo polo. Porém, enquanto o uniforme da Nike apresenta o tradicional escudo da CBF, o da Adidas tem desenho com mescla da bandeira do Brasil e o brasão da República, além da frase "Uma paixão desde 1894".

Uma alusão ao período em que Charles Miller desembarcou no Brasil com uma bola de futebol e outra de rúgbi. Na internet, a Adidas oferece o produto como peça curinga para torcer pelo Brasil.

A CBF acusa a Adidas de imitação e, com isso, tem promovido uma concorrência desleal. O pedido, no entanto, não convenceu o juiz. Paulo Assed Estefan reconhece, na decisão, que a camisa amarela com gola verde remete àquela utilizadas pela seleção, de Tite. Mas não o suficiente para considerar uma imitação da Nike.

"Camisa com as cores nacionais em disposição idêntica à da seleção brasileira, mas com design levemente diferente, escudo diverso e sua marca "Adidas" estampada no peito. Parece que há, aí, forte distinção a evitar confusão entre as duas. Isso porque, ao visualizar a roupa, o observador vai perceber não se tratar da camisa oficial", escreveu o juiz na decisão.

A reportagem procurou a CBF para saber se a entidade deverá recorrer da decisão. A entidade, porém, não comenta ações judiciais segundo a sua assessoria de imprensa. 

A CBF também havia pleiteado uma indenização e que a Adidas fosse multada em R$ 100 mil por dia em caso de fabricação, distribuição e vendas. A marca também deveria tomar medidas juntos aos atletas e influenciadores que posaram para foto. No pedido, os advogados do escritório Dannemann Siemsen, contratado pela CBF, anexaram foto de Adriano Imperador, ex-atacante da seleção, com o modelo da Adidas.

Os advogados ainda argumentaram que o modelo de negócio da CBF está baseado na concessão e licenciamento de direitos e que a "Nike, parceira desde 1995, paga dezenas de milhões de reais por ano para adquirir a prerrogativa de ser a única empresa a fornecer material esportivo para seleção a brasileira e de poder, naturalmente, utilizar-se das marcas e símbolos com exclusividade no ramo de roupas e artigos esportivos." 

Na sentença, o juiz fez diferenças entre torcer para o Brasil e vestir uma camisa da Nike com o escudo da CBF.

"Querer estar vestido com a camisa verde e amarela é sentimento comum à maioria dos brasileiros, valendo ressaltar a liberdade em usar as cores nacionais, mas nem todos querem vestir a da Nike ou o escudo da CBF, merecendo, então, o poder da escolha, até porque torcer pelo Brasil nem sempre se traduz em torcer pela seleção brasileira de futebol", escreveu Estefan.

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