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Turista que 'passeou' com traficantes pelo Alemão faz vaquinha para ajudar a comunidade


Australiano Hugo Stanley-Cary saiu da Lapa e passou cerca de 10 horas no conjunto de favelas da Zona Norte do Rio

Australiano passou cerca de 10 horas no Alemão
O australiano que foi parar no Complexo do Alemão depois de beber na Lapa se encantou tanto pela região que iniciou uma vaquinha virtual para arrecadar fundos para projetos sociais do conjunto de favelas. Na última última sexta-feira, o consultor e designer de construção Hugo Stanley-Cary, de 34 anos, passou cerca de 10 horas no Morro do Adeus, encontrando com moradores e até traficantes da comunidade.
De volta à Austrália desde terça-feira, Hugo classifica a imersão no Alemão como uma "ótima experiência". Ele contou ao MEIA que se encantou com as pessoas da comunidade e que foi muito bem tratado ao se deparar com os criminosos.
"São pessoas incríveis e fico triste em saber que não tiveram as mesmas oportunidade que a maioria de nós", disse, direto de Perth, capital e maior cidade do estado da Austrália Ocidental, onde mora. "Apesar das diferenças que temos, como riqueza, moradia e até mesmo no idioma, somos todos muito parecidos".
A vaquinha criada por Hugo se chama "Support for the children of favela Alemao" ou "Apoio às crianças do Alemão" e tem a meta de arrecadar 10 mil dólares. Até o momento, o australiano conseguiu 2,150 mil, de oito doadores.
"Quero dar algo de volta para a comunidade, algo para as crianças. É o melhor que posso fazer", defende, dizendo que ainda não definiu qual projeto será beneficiado, mas que prefere ações que envolvam educação e arte.
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'VENHO EM PAZ'
Então no Brasil de férias, visitar uma favela carioca era algo que Hugo queria fazer desde que chegou ao Rio, no dia 1º de agosto. A vontade só aumentou quando ele viu um vídeo com crianças dançando em uma comunidade e uma funcionário de um dos lugares em que ficou hospedado, moradora de uma favela, contando como era o local onde mora.
"Tinha ouvido coisas legais sobre as favelas; que era perigoso, mas que também ali há pessoas cheias de espírito", disse.
Por volta das 4h da madrugada da última sexta, o australiano deixou a Lapa atrás de matar a sua vontade. A primeira coisa que fez foi pedir para uma funcionária de uma lanchonete escrever uma espécie de bilhete para que ele apresentasse quando chegasse lá. Os dizeres?
"Olá, sou Hugo. Venho em paz, estou aqui apenas como convidado, não trago mais que amor. Eu gostaria de conhecer vocês e conhecer sua favela", escrito em português para que o entendimento fosse fácil.
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TRAFICANTES ARMADOS
Foi então que o australiano pediu um transporte por aplicativo. Ele foi deixado a cerca de 500 metros da comunidade, já que o motorista disse que não entraria lá. A saída foi seguir o seu destino a pé.
"Andei reto e no meio do caminho perdi o papel", relembra. "Fui pego por dois caras, que estavam armados. Eles deixaram eu explicar o que estava fazendo ali com a ajuda de um aplicativo de tradução. Alguns até falavam algo em inglês".
Hugo conta que os criminosos desconfiavam que ele seria um policial disfarçado. Depois de acreditarem nele, se sentiram mais confortáveis.
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CONHECENDO O CHEFÃO
Já no bunker do tráfico local, o australiano contou histórias ouviu outras, disse não ter bebido naquele momento e ter curtido a experiência. Tanto que quando os criminosos pediram para ele ir embora, cerca de dua horas depois, pediu para ficar. E foi atendido!
"Fui apresentado a uma pessoa que depois fiquei sabendo que era o chefe do tráfico. Eu não tinha ideia de quem ele era, mas nos demos muito bem", avalia.
Dos armamentos usados pelos traficantes, Hugo diz que apenas viu como eles usavam as armas, já que mostraram a ele como carregá-las e usá-las com segurança.
Passaram horas, já por volta das 14h, quando pediram para alguém acompanhá-lo até a saída da comunidade.
"No meio do caminho, conheci umas crianças muito legais. Elas estavam curiosos comigo, então eu mostrei a eles um truque de mágica que conheço, fazendo uma moeda desaparecer no meu antebraço. Crianças super fofas, cheias de emoção", diz.
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AJUDA DOS MORADORES
O telefone do australiano estava descarregado e ele disse que os moradores colocaram o aparelho para recarregar, para que pudesse pegar algum veículo particular para deixar a região. Ele contou também com a ajuda do fundador do "Voz das Comunidades", Rene Silva, para ajudá-lo a voltar com segurança para casa.
Já em casa, não no albergue, mas na Austrália, Hugo se lembra das intensas 10 horas com muito carinho.
"Os caras não me julgaram, eles me conheceram primeiro e depois decidiram sobre mim. Isso é uma qualidade. Muitas pessoas julgam os outros sem conhecê-los", finaliza.
Fonte Jornal meia hora










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