O Coletivo de Advogados (as) e Negros (as) (Canneba) vem a público repudiar e denunciar fato ocorrido na 10° Delegacia de Polícia Civil, no bairro de Pau da Lima em Salvador, onde, por volta das 14h50m deste sábado (25) uma mulher negra, vítima de racismo e machismo, dirigiu-se à referida Delegacia, acompanhada por seu Advogado, para registrar ocorrência referente ao crime de racismo e foi impedida pelo agente que classificou a situação como "mimimi e vitimização" e simplesmente negou-se a registrar o fato.
O *CANNEBA* foi acionado e prontamente deslocou três Advogados e interveio junto à Secretaria de Segurança Pública, exigindo que o direito da vítima de registar a ocorrência fosse respeitado, bem como acionou a Comissão de Prerrogativas da OAB. Só após estas intervenções foi possível a vítima retornar à Delegacia por volta das 19h, e exercer o seu direito de registrar a ocorrência do crime de racismo, como manda a lei.
Episódios como esses contribuem para a subnotificação dos crimes de racismo e injúria racial e revelam a existência de um racismo institucional e gera impunidade. O Coletivo de Advogados (as) Negro (as) entende que esse não foi um fato isolado, pois reflete a realidade da população negra diante um sistema de segurança pública e justiça criminal racista e machista.
Seguiremos firmes em nossa atuação.
*Coletivo de Advogados Negros e Negras da Bahia*
Salvador, 25 de janeiro de 2020.