Brasileiro abre 720 pontos de vantagem para egípcio Ali Elsawy com apenas mais 2000 em disputa. Bicampeão mundial, Douglas Brose vai tentar vaga na categoria até 75kg
Tóquio está logo ali para Vinicius Figueira. Em um fim de semana quase perfeito, o brasileiro ficou com a medalha de prata na Premier de Dubai na categoria até 67kg, viu seu adversário direto, o egípcio Ali Elsawy, cair na primeira rodada, e abriu 720 pontos na corrida olímpica. Uma distância bastante boa, já que há apenas mais cerca de dois mil em disputa. Para ser ainda melhor, era preciso ter vencido a competição. Porém, na reedição da final do mundial contra o francês Steven da Costa o brasileiro foi superado por 6 a 0 (veja trechos das lutas do brasileiro no vídeo abaixo).
Em um mês, Vinicius Figueira saiu de uma desvantagem desconfortável de 600 pontos para estar perto da vaga olímpica. A inversão grande de pontos está ligada aos bons resultados do brasileiro e à má fase do egípcio. Na Premier de Paris, Vinicius ficou em quinto e Ali Elsawy perdeu na segunda rodada. A desvantagem brasileira caiu então para 300 pontos. Semanas depois, o egípcio perdeu o título do Campeonato Africano e, com isso, mais 300 pontos. Os dois então chegaram a Dubai empatados e a diferença grande de resultados nos Emirados Árabes coloca o brasileiro em boa vantagem na reta final.
- Hoje o objetivo é a classificação. Próximo passo é daqui duas semanas. Espero poder fechar o ranking. Meu foco total é a próxima competição na Áustria para fechar isso. Falei pra minha mãe que ia sair de casa para buscar minha vaga olímpica. Já foram três competições, faltam mais duas. A gente esta cada vez mais perto. Estava 300 pontos atrás, depois chegou a zero e hoje estou 720 na frente. Cada dia mais próximo do objetivo e cada vez mais vontade de conseguir essa classificação.
Faltam apenas dois torneios para fechar o ranking olímpico. Depois das premiers de Salzburg (Áustria) e Rabat (Marrocos) serão conhecidos os atletas classificados pelo ranking (os quatro melhores de cada categoria olímpica, mais o melhor japonês). Depois, será disputada uma seletiva mundial em que cada país poderá mandar um representante (desde que já não tenha garantido vaga pelo ranking). A competição será em Paris, em maio. Passada a seletiva, serão definidas as vagas continentais.
Poucos atletas, poucos resultados
Além de abrir vantagem na luta pela vaga olímpica, Vinícius deu fim à disputa interna com Douglas Brose. Brose, bicampeão mundial na categoria até 60 kg, ainda tentava alcançar Vinicius no ranking olímpico. Nas olimpíadas, as categorias -60 (de Douglas) e -67 (de Vinícius) foram juntadas. Por isso, apenas um dos dois poderia se classificar. Douglas perdeu na primeira rodada, por 1 a 0, para o belga Michael Dasoul com um golpe no último segundo. Com isso, está em décimo na corrida olímpica, mas não tem mais chance matemática de passar Vinícius.
Stephani Trevisan (de azul) luta em Dubai — Foto: Thiago Fernandes
Mesmo assim, o sonho olímpico não acabou para Douglas. Ele deverá estar no pré-olímpico de Paris na categoria até 75kg, 15 quilos acima do seu. Douglas venceu a seletiva nacional e só não vai ao torneio francês se Breno Teixeira vencer a premier de Rabat e contar com uma combinação de resultados para entrar no top 30 (a Confederação Brasileira de Karatê definiu que o representante brasileiro na França será o atleta que estiver entre os 30 melhores da corrida olímpica. Caso ninguém se enquadre, irá o vencedor da seletiva nacional).
Além de Douglas, Valéria Kumizaki, na categoria até 55kg, Stephani Trevisan, até 61 kg, Diego Moraes, o DiegoSan, na até 84, e Rafael Nascimento, na até 60 kg, também representaram o Brasil em Dubai. Os quatro também foram derrotados na primeira rodada. Valéria segue com chances de se classificar para Tóquio pelas vagas continentais (ela é a atual campeã dos Jogos Pan-Americanos) enquanto Stephani e Diego tentam pegar vaga no classificatório de Paris.
G1