A psicóloga Nathalia Rodrigues, de 25 anos, conheceu um rapaz que ela acreditava ser o companheiro perfeito para a vida. Eles saíram juntos, se beijaram e, depois do primeiro encontro, nunca mais se viram. A jovem desistiu de manter contato com o pretendente. O maior medo dela era que o envolvimento avançasse para uma relação sexual .
"O pensamento de estar com alguém e ter que fazer sexo me angustiava", diz.
Ela afirma ter chorado copiosamente após encerrar o breve envolvimento, por acreditar que havia algo errado. Meses depois, enquanto assistia a uma série de televisão, viu um personagem assexual.
"Eu conhecia o termo, mas foi a primeira vez que pensei que poderia me encaixar nele", relata. Nathalia pesquisou sobre o assunto e afirma ter se descoberto. "Foi algo mágico. Me senti livre para me conhecer e ser quem eu sou.
Assim como Nathalia, a assexualidade faz parte da vida de milhões de pessoas em todo o mundo. Muitos especialistas entendem que a ausência de interesse por sexo deve ser considerada como uma quarta orientação sexual - junto à heterossexualidade, homossexualidade e bissexualidade . Porém, não há uma definição sobre o modo correto para classificar o comportamento, pois os estudos sobre o assunto ainda são incipientes.
Uma pesquisa feita pelo biólogo Alfred Kinsey, no fim dos anos 40, apontou que, ao menos, 1% da população não possui interesse em sexo. O estudioso fez a descoberta enquanto criava a Escala Kinsey, que avalia o comportamento sexual das pessoas, variando de homossexual a heterossexual.