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Terreiros de candomblé pedem exoneração do presidente da Fundação Palmares ( VEJA CARTA )



Carta-Manifesto foi enviada à PGR após declarações de Sérgio Camargo envolvendo Zumbi dos Palmares e a Yalorixe Mãe Baiana
Após o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, intensificar a estratégia de desqualificar Zumbi dos Palmares, figura que dá nome à instituição criada justamente para promover e preservar valores históricos e culturais da influência negra no Brasil, 132 terreiros de candomblé do país enviaram, nesta quarta-feira (3), uma Carta-Manifesto à Procuradoria Geral da República (PGR) pedindo a exoneração de Camargo do cargo (confira abaixo). 
No documento, assinado pela Rede de Mulheres de Axé do Brasil e encabeçado pelos terreiros do Recôncavo Baiano, as representantes acusam Sérgio Camargo de intolerância religiosa e "violação e desvio da função social de promover a preservação dos valores culturais, sociais e econômicos decorrentes da influência negra na formação da sociedade brasileira, e os constantes aos homens negros, mulheres negras, ataques aos heróis negros,e a religião de matriz Africana". 
Na última terça-feira (2), Camargo também chamou o movimento negro de ‘escória maldita’; afirmando ainda que quem é ‘macumbeiro’ não teria um centavo da autarquia. Segundo matéria publicada no jornal Estado de S. Paulo, o presidente também manifestou desprezo pela agenda da “Consciência Negra” e se referiu à Adna dos Santos, Yalorixá de Brasília, popularmente conhecida de Mãe Baiana, como “macumbeira”. Na reportagem, ele prometeu demitir diretores da autarquia que não tiverem como “meta” ademissão de um “esquerdista”.
"Como mulher, negra, baiana e cidadã brasileira, Mãe Baiana foi atacada de maneira vil e irresponsável, e todos os homens e mulheres independente da sua religião merecem respeito", diz o manifesto.
Em entrevista ao CORREIO, Mãe Baiana disse que todas Mulheres do Axé estão ofendidas.  “Estamos todas muito ofendidas, porque a maneira que a ofensa veio não foi somente a mim, mas atingiu nosso coletivo, o movimento negro de mulheres, nossa ancestralidade. Atingiu nossos terreiros e quilombos, nosso povo como um todo. Tive que, diante desse movimento, me levantar na força dos orixás”, disse ela em entrevista ao CORREIO. 
“Esse é um manifesto das mulheres de axé do Brasil, que também faço parte. São mulheres de luta, respeito, axé, são mães, avós… Fico muito orgulhosa de ver que o Brasil se movimentou com uma ação que chama a atenção da coletividade. E nós no terreiro trabalhamos assim, aprendemos a lidar com o coletivo. Nossa luta não vem de hoje, vem de muito tempo atrás e vamos continuar. E não é assim, uma pessoa que vem e quer colocar moral em cima disso. Não toleramos mais isso", completou a líder religiosa.
Ela trabalhou na Fundação Palmares de junho de 2015 até janeiro de 2019. "Tenho um enorme carinho por essa instituição. Fui coordenadora de Política de Promoção e Proteção do Patrimônio Cultural Afro brasileiro. Meu papel sempre foi dar visibilidade a esse espaço”, explicou.
Sobre as declarações de Sérgio Camargo sobre Zumbi dos Palmares, ela disse são carregadas de 'inverdades': “O importante é que, para nosso povo ou para quem não conhece tanto nos luta, sabe que ali tem inverdade. Ele veio para difamar e veio com um pensamento e ideologia de outra pessoa pra se manter onde está. Sabemos que a União dos Palmares é um lugar de resistência. Nós nos identificamos com nosso povo preto. Nossa luta que não é de agora, e não vamos perder isso”.
De acordo com a representante, um boletim de ocorrência foi feito na Decrin (Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial e Religiosa), que fica no Distrito Federal.
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O CORREIO 

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