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Por que defender a política de cota para as mulheres no Brasil ?

O site PIRÔPO NEWS , está no mercado há mais de 10 anos, levando informações com responsabilidade, tendo como editor o  professor, atleta  e blogueiro Marcius Pirôpo natural de Salvador BA, campeão mundial  de Karatê na Itália em  2019, representando a Bahia e o Brasil.

Na atuação no esporte e na convivência com a política partidária, Pirôpo notou a falta de respeito e falta de  tratamento igualitário  para com as mulheres.
Pirôpo entende que o tratamento e o respeito a todas as mulheres é fundamental e que é  preciso reparar um passado de opressão a todas as mulheres ao longo da história humana.
Na política ainda é notório a exclusão das mulheres em muitas regiões o exemplo é Santo Antônio de Jesus na Bahia , onde a Câmara Municipal de Vereadores tem 14 cadeiras e todas ocupadas por pessoas do sexo masculino e isso  incomoda muito não só ao professor Pirôpo,  como uma boa parte da sociedade consciênte de que é preciso ter as mulheres ocupando os espaços de poder.
A foto  montagem feita  pelo PIRÔPO NEWS, não tem nada haver com política partidária, tem haver com mulheres de destaque seja na política municipal, estadual e Federal .
O que tem em comum entre elas ? São mulheres baianas, que ocupam os espaços de poder e  que merecem todo nosso  respeito e admiração.

Veja abaixo texto da professora Doutora Hildete Pereira de Melo :



Por que defender a política de cota para as mulheres no Brasil?

Embora o Brasil vivencie desde 1996 os efeitos da política de cotas de gênero, estas praticamente não têm alterado a participação feminina nas instâncias dos poderes parlamentares. Os dados internacionais demonstram que esta política ainda permanece como a forma mais eficiente para romper com as barreiras que o poder masculino vai “driblando”, e de atender aos anseios de igualdade da população feminina. Vejam, o país passou adotar as cotas legislativas federais nas eleições de 1996, e já em 1997 os deputados conseguiram negociar também um aumento no número de candidaturas nos partidos políticos. Com isso, aumentou o número absoluto de candidatos e desta forma isso diminuiu o impacto da cota de gênero no resultado das eleições.
Antes das cotas, que reservam atualmente 30% das candidaturas de mulheres, o percentual destas na Câmara Federal na legislatura de 1994 era de 6,6%, passando para 8,6% em 2002 e em 2014 de 10,5% (Melo & Thomé, op.cit. cap.7). O aumento foi muito menor do que o que aconteceu nos demais países latino-americanos – embora os modelos de cotas e de sistema eleitoral sejam diferentes entre os países, por exemplo a Argentina e Equador adotam modelos muito diferentes do brasileiro.
Na prática, as candidaturas femininas costumam ser pouco competitivas e sem apoio do partido. Além disso, muitas das candidatas apenas atuam como “coadjuvantes ou de forma pejorativa como laranjas”. Uma das evidências de como isso funciona pode ser verificada olhando os dados do TSE para as eleições municipais de 2016. O TSE identificou que 16.131 candidatos não tiveram nenhum voto. Mais interessante: 89,3% deles, ou 14.417 destas pessoas, eram mulheres. Esses nomes, na verdade, são incluídos pelo partido apenas como forma de cumprir a cota, mas sem possibilitar a essas mulheres os recursos necessários ou os incentivos para elas realizarem, de fato, uma campanha.
Assim, estas ações afirmativas não tiveram o sucesso que as feministas sonharam e tanto lutaram. Provavelmente, por ser o sistema eleitoral nacional uma lista eleitoral aberta, no qual os eleitores escolhem seus candidatos individualmente, este processo promove uma competição interna em cada partido e entre os candidatos dos demais partidos. Vive-se uma perversa combinação do sistema eleitoral de lista aberta e o descaso dos partidos com esta política. As cúpulas partidárias não buscam estabelecer nenhum compromisso para fazer valer esta política. Como os órgãos partidários nacionais são controlados por “caciques” do sexo masculino, a política de cotas foi sempre marginalizada e sua eficácia deixou sempre a desejar. E as militantes partidárias no interior de suas agremiações são impotentes para impor qualquer alteração (Álvares, M.L., Dados, vol.51,2001).
Conscientes destas dificuldades, ao longo destas décadas, a Bancada Feminina no Congresso Nacional tem lançado campanhas com o objetivo de deflagrar um movimento para estimular a filiação das mulheres nos partidos políticos e assim possibilitar suas candidaturas nos pleitos eleitorais. Desde a Campanha Mais Mulheres sem Medo do Poder, em 1996, à última de 2015, Campanha Mais Mulheres na Política, que parlamentares e ativistas lutam para conquistar a equidade de gênero na vida político-partidária nacional. A Emenda Constitucional para as Cotas de Gênero nas legislaturas foi fruto desta última campanha.
Por último a novidade da lei de cotas nos primeiros anos de sua vigência incentivou as mulheres à vida partidária, mas talvez a desilusão com os pífios resultados obtidos nas eleições explique o pouco interesse feminino com a militância partidária. Urge pensar que as ações afirmativas não poderiam ter sido propostas para as candidaturas, mas para a definição da lista final dos/as eleitos/as por cada partido. Mas o sistema eleitoral brasileiro praticamente torna impossível esta possibilidade. Todavia, estas são reflexões atuais diante dos impasses vividos pela política de cotas nacionais, reiteradas pelas eleições de 2014 e 2016. No entanto, estamos seguras que a manutenção da política de cotas com regras distintas seja o caminho que devemos traçar para a próxima década.
Texto de 13 DE SETEMBRO DE 2018:*Hildete Pereira de Melo  professora Associada, nível IV, da Universidade Federal Fluminense. Doutora em Economia da Indústria e da Tecnologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tem experiência na pesquisa econômica atuando em História Econômica Brasileira, História das Mulheres e nos temas relacionados como mercado de trabalho, relações de gênero, desenvolvimento econômico do Rio de Janeiro. Foi Editora da Revista Gênero do Programa de Estudos Pós-Graduados em Política Social da Universidade Federal Fluminense de 2004 a dezembro de 2016. É coautora do livro “Mulheres no Poder: Histórias, Ideias e Indicadores” e autora de diversas publicações acadêmicas sobre questões gênero e economia.

Marcius Pirôpo Campeão Mundial

PIRÔPO NEWS BAHIA

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