A Bahia registra, nesta quinta-feira (14), 725 pessoas internadas em leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de hospitais públicos voltados para o novo coronavírus. Com 8.127 casos ativos, vemos o avanço da pandemia em um momento em que há poucas medidas de restrição no estado. Mas a situação pode ser ainda pior do que se imagina.
Segundo informações oficiais divulgadas pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), no dia 5 de julho, o estado tinha o mesmo número de casos graves ocupando leitos de UTI Covid-19, mas 26.292 casos ativos da doença, mais do que o triplo do que temos agora. Esse número pode indicar uma grave falta de testagem e impede uma compreensão real do panorama que enfrentamos.
Julho foi o pior mês da pandemia na Bahia. No dia 13 de julho, alcançamos o recorde de casos ativos (30.221). No dia 18, o recorde de mortes no dia - 81 até o momento, já que ainda há um atraso consideravel na notificação das mortes.
Como não há uma indicação de que haja uma mutação mais grave da doença, que leve mais pessoas aos hospitais, isso pode apontar que na verdade apresentamos mais casos ativos do que os atualmente divulgados pela Sesab.
Para se ter uma ideia, apenas no dia 24 de julho a prefeitura de Salvador permitiu a reabertura de shoppings e grandes lojas, na primeira fase da retomada econômica na capital baiana. À época ainda estavam fechados academias, salões de beleza, lanchonetes, bares e restaurantes, por exemplo.
Já o estado tinha 390 cidades com o transporte intermunicipal suspenso e as rodoviárias fechadas. Um dia antes, o governador Rui Costa chegou a decretar toque de recolher nas cidades de Cachoeira, Coribe, Correntina, Poções, Santa Maria da Vitória e São Félix, por causa do crescimento de casos.