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Polícia reconhece erro em prisão de cientista de dados, há 22 dias na cadeia acusado de ser miliciano

 



Raoni Lázaro Barbosa foi acusado pela polícia de integrar uma milícia em Caxias, mas a própria corporação afirma que testemunhas desfizeram reconhecimento por fotos e que pediu a soltura do homem.


Um cientista de dados está preso há 22 dias, suspeito de integrar uma milícia em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Como mostrou o RJ2 desta quarta-feira (8), a família e a defesa dele dizem que houve um erro na identificação do homem, e que ela foi feita apenas por reconhecimento de fotos.

Raoni Lázaro Barbosa é um jovem cientista de dados, formado pela PUC-Rio, com especialização no MIT, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos. Ele é casado há quatro anos e há quase um ano começou no emprego dos sonhos, em uma multinacional.

Mas o mundo dele e da esposa, Erica, virou de cabeça pra baixo no dia 17 de agosto. Raoni foi preso em uma operação da Polícia Civil, conduzida pela delegada assistente Thaianne Barbosa, da Draco.

Ele foi acusado de fazer parte de uma milícia em Duque de Caxias – o que, segundo a defesa do homem, foi um erro da polícia.

"Eu falei com eles: 'ele é funcionário', falei nome da empresa, uma multinacional conhecida americana. Mas até o momento ele só falaram que eu podia tirar fotos de mandado de prisão e que ele estava sendo encaminhado para Draco, da Cidade da Polícia. E aí começou pesadelo", afirmou Erica.

No inquérito, a polícia acusa Raoni de ser responsável pela cobrança de taxas de moradores e de comerciantes de Caxias em um grupo de milicianos que incluía policiais militares.

A defesa afirma que Raoni e a esposa moram em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, e nunca viveram em Duque de Caxias. O reconhecimento de Raoni foi feito por foto, uma prática que não é prevista em lei brasileira.

A imagem usada na investigação foi a de um homem identificado como Raony, com "y", também conhecido como Gago, e apontado como integrante da milícia de Duque de Caxias.

"Na realidade a gente verifica como um erro mesmo, um erro judiciário na condução dessa prova que estava sendo construída no bojo do inquérito policial. E a gente, a todo o momento, se questionava se Raoni estava lá custodiado em Benfica, desde o dia 17 de agosto. Por que não se fez o reconhecimento pessoal?", questionou a advogada Carolina Altoé.

"Ele está lá e nós apontamos o erro. Nós dissemos: 'não se trata da mesma pessoa'. Então, faz um reconhecimento por foto e a pessoa está lá em Benfica, custodiada", acrescentou Altoé.

A defesa e a família apontam que a única semelhança entre os dois é a cor da pele. Dados do Colégio Nacional de defensores públicos-gerais, de 2012 a 2020 90 pessoas foram presas injustamente baseadas no reconhecimento por foto.

Só no Rio, foram 73 – e 81% das pessoas apontadas como suspeitas nesses inquéritos são negras. O Conselho Nacional de Justiça criou na última semana um grupo de trabalho para elaborar protocolos objetivos para a identificação por foto.

Agora, a família teme pelo futuro de Raoni.

"A gente não sabe como é que vai ser daqui pra frente. não sabe como é que vai ser com relação ao emprego dele, se ele vai perder emprego, se ele vai deixar de poder viajar", afirmou Érica.

A defesa já entrou com um pedido de habeas corpus, mas a desembargadora Denise Vaccari, da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça negou um pedido liminar, e ainda não analisou o erro na identificação.

O que afirma a polícia

A Delegacia de Repressão às Ações Criminosas, a Draco, informou que as testemunhas desfizeram o reconhecimento e que a delegada responsável pelo caso já pediu à Justiça a revogação da prisão de Raoni Lázaro Barbosa.

A Secretaria de Polícia Civil afirmou que instaurou uma sindicância interna para apurar o caso, porque a orientação da atual gestão da pasta é para que o reconhecimento fotográfico seja um dos elementos do inquérito policial, e não o único fator determinante para pedir a prisão de suspeitos.


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