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Subnotificação de vacinação antirrábica gera números que não refletem realidade


Subnotificação de vacinação antirrábica gera números que não refletem realidade

Em curso no Brasil, a campanha de vacinação antirrábica não tem atingido as metas estimadas pelo Ministério da Saúde há pelo menos cinco anos. Em 2020, a pandemia foi apontada como uma das justificativas para a adesão insatisfatória. Mas outro fator pode interferir nos dados. A coordenadora do setor de Raiva da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Salvador, Daniele Dantas, aponta que a inexistência de notificações por parte das clínicas veterinárias podem fazer com que os números das secretarias e do próprio Ministério não reflitam a realidade.


 

A gestão de Salvador já pleiteou, há alguns anos, junto ao Conselho Federal de Medicina Veterinária, a implantação de um sistema de notificação semestral ou mensal para que as unidades médicas veterinárias informem números de cães e gatos vacinados contra a raiva.

 

“Se a gente vacina no município 180 mil cães e gatos, não reflete a realidade de todos os animais que são vacinados aqui no município de Salvador porque a gente tem um público que só é vacinado com a vacina particular”, exemplificou a coordenadora, que também é médica veterinária. 

 

Outro fato que reforça o argumento de que os números não são realistas é que não há um levantamento ou censo sobre a população de cães e gatos. Daniele explica que o Ministério da Saúde trabalha com uma estimativa com base na população humana. Em Salvador, a proporção é de que o número de cachorros equivalham a 15% da população humana, o que equivale a algo em torno de 400 mil cachorros. Já o cálculo dos felinos tem como base a número de cães. Se estima que a população felina seja 22% da canina.

 

A coordenadora destaca a importância de dados consolidados e aponta como sugestão a possibilidade de inclusão de uma pergunta sobre animais no censo. “Poderia se aproveitar talvez com esse novo Censo brasileiro, em 2022, talvez mensurar a população canina e felina de cada estado, tendo em vista que eles já vão fazer a coleta desses dados. É algo que a gente pensa em propor”, sinalizou.

 

A campanha de vacinação antirrábica foi iniciada em 20 de agosto e segue até o dia 30 de setembro. Em Salvador, a aplicação de doses do imunizante acontece de segunda a sexta-feira, entre 8h e 14h, em 98 postos de saúde espalhados pela cidade. A estratégia ainda inclui agentes de combate às endemias percorrendo as ruas dos bairros do município com a aplicação da vacina em pontos volantes e pontos fixos itinerantes em diversos bairros da cidade.

 

Um animal infectado com o vírus da raiva pode transmitir a doença para as pessoas pela saliva. Normalmente, a raiva é transmitida por meio da mordida de um animal. No Brasil, gatos e cães são os principais transmissores.

 

Um boletim publicado em agosto pelo Ministério da Saúde apontou que em 2020 a vacinação antirrábica na Bahia alcançou 69% da meta canina. O estado seguiu a tendência nacional e o documento elenca fatores que justificam os números: menor adesão da população nas campanhas de vacinação pública ao longo dos anos; interrupção de campanhas por parte do MS por motivos técnicos; oscilações nas estimativas das populações caninas e felinas; d) falhas de divulgação das campanhas em mídia nacional; e falhas nos registros de doses aplicadas na campanha antirrábica.

 

Neste ano, o balanço parcial da campanha emitido pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) em 10 de setembro indicava que 262.369 cães na zona urbana e 214.212 cães na zona rural haviam recebido a vacina nos municípios do estado. Os gatos vacinados na campanha no período analisado foram 116.107 na zona urbana e 52.485 na zona rural.

por Jade Barbosa

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