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Depressão e ansiedade dobram demanda em pronto-atendimento psiquiátrico de Salvador

por Bruno Leite





Diariamente, cerca de 50 pessoas dão entrada com crises de ansiedade, depressão ou com outras necessidades de acolhimento psiquiátrico no Pronto-Atendimento do 5º Centro de Saúde Professor Clementino Fraga, no Vale dos Barris. 

 

O equipamento, que junto com outros dois - as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Valéria e Santo Antônio - é referência nesse tipo de serviço na capital baiana, enfrenta uma demanda muito maior que a média vista antes da pandemia da Covid-19, quando o número era de 20 pessoas.

 

De acordo com o coordenador médico psiquiátrico, Juliano Figueiredo, dentro deste período de crise sanitária, o patamar chegou a ser muito maior em alguns momentos, quando, no período mais crítico, 70 pessoas passavam por dia pelo local.

 

O médico atribui o crescimento aos reflexos da Covid-19 em vários aspectos da vida cotidiana dos pacientes. "O que se sabe, segundo os estudos, é que durante a pandemia houve um aumento nos casos de depressão e ansiedade. Pela própria situação da pandemia, isolamento, fatores limitantes na vida do ser humano, causaram sofrimento", explicou.

 

Segundo ele, fatores como a falta de emprego, relações familiares e sentimentais tóxícas, além de quadros psíquicos preexistentes e que foram atenuados, causaram uma busca maior do serviço, tanto de forma direta quanto referenciados pelos Centro de Atenção Psicossocial (Caps). 

 

"São as mais variadas queixas, desde o paciente em emergência, o paciente psicótico, até os com depressão e ansiedade, que necessariamente não seriam emergência, mas como outros lugares da rede estão superelotados, acabam vindo para cá", aponta Figueiredo. 

 

Em atividade desde 2009, o pronto-atendimento funciona 24 horas, com uma equipe de plantonistas que revezam prestando o atendimento. No local, pacientes com quadros de emergência podem ficar em observação por até 72 horas.

 

Conforme observa o coordenador, grande parte das pessoas que procuram o serviço é de mulheres jovens, entre 20 e 40 anos, com quadros de depressão e ansiedade. A unidade, no entanto, não tem restrição de idade para o atendimento e é a única instituição pública em Salvador que recebe jovens e adolescentes em emergência psiquiátrica. 

 

"Para além dos pacientes com depressão e ansiedade, os que ficam em observação são pacientes que estão fora da realidade, os psicóticos que a gente chama", acrescentou Juliano Figueiredo, explicando que, superado o prazo, os pacientes são encaminhados para locais que prestem um suporte avançado, como os hospitais psiquiátricos.

 

Questionado sobre o cenário do cuidado e da atenção à saúde mental na capital, o médico disse que vê na sociedade como um todo uma preocupação diferente para com o tema: "Antigamente, as pessoas negligenciavam a saúde mental".

 

Para ele, as políticas públicas em prol da área, a exemplo da Política Municipal de Saúde Mental, que tramita na Câmara Municipal , deve prezar por investimentos a fim de suprir a demanda da população.

por Bruno Leite


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