Caso ocorreu na entrada de um condomínio onde ex-presidente esteve durante visita a Campinas na quinta-feira. Lula não se feriu. Ciro Gomes e Marina Silva criticaram hostilização.
O caso ocorreu quando o pré-candidato a Presidência da República chegava em um condomínio do bairro Gramado, área nobre de Campinas, para almoçar com o físico e professor emérito da Unicamp Rogério Cézar de Cerqueira Leite.
Segundo a assessoria de Lula, o carro foi cercado por moradores do condomínio ainda do lado de fora. Parte do grupo vestia camisetas verde e amarela e alguns estavam com a bandeira do Brasil. Lula não foi agredido e nem teve contato com o grupo, completou a assessoria.
Nas imagens, é possível ver que dois carros pretos foram cercados pelo grupo. Seguranças do ex-presidente, um deles com uma arma em punho, acompanharam. Um dos seguranças também retirou uma faixa crítica ao presidente que estava em uma caminhonete.
A Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP) informou que não há registro da ocorrência.
Repercussão
Marina Silva fez menção ao caso por meio do Twitter ao afirmar que a situação é "inadmissível" e se trata de "um ato de covardia".
"Inadmissível o que aconteceu nesta manhã em Campinas. Isso não é política. É um ato de covardia. Me solidarizo com o pré-candidato @lulaoficial. Não se pode permitir que a violência política integre o processo eleitoral como tática para chegar ao poder".
Já Ciro Gomes, pré-candidato à Presidência pelo PDT, repudiou o que definiu como "tentativa de agressão física a Lula, em Campinas, produzida pela militância raivosa e autoritária de Bolsonaro".
"Repudio a tentativa de agressão física a Lula, em Campinas, produzida pela militância raivosa e autoritária de Bolsonaro. Eu sei bem o que é isso porque fui atacado por uma corja bolsonarista, em Ribeirão, e por um grupamento radical de prováveis lulistas, na Paulista."
Agenda na região
Lula visitou a ocupação em fase de regularização Vila Soma, em Sumaré (SP), durante a manhã e início da tarde de quinta. Ao discursar para moradores, o pré-candidato afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) só atendeu aos próprios filhos e milicianos durante o mandato.
Em seguida, já em Campinas, Lula participou do almoço - quando houve a hostilização - e depois seguiu para uma reunião com políticos em um hotel. As duas agendas foram fechadas para imprensa.
Por fim, esteve na Unicamp, onde foi recebido por movimentos estudantis e sociais. O evento começou por volta de 16h, sem a presença do ex-presidente, e terminou às 21h40.
Lula discursou por cerca de uma hora e disse, ao citar Bolsonaro, que adversários ficaram com inveja após ele ter sido escolhido como capa da revista norte-americana "Time".
G1