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Mensagens em grupo da PM apontam monitoramento ilegal de veículos da campanha de ACM Neto

 

Conversas provam que PMs responsáveis pela ação em Itajuípe foram induzidos ao erro pela Inteligência da SSP e mataram o subtenente PM Alves, que atuava na campanha de Neto


Uma troca de mensagens em um grupo de WhatsApp da Polícia Militar revelou monitoramento ilegal de veículos da campanha do candidato a governador ACM Neto (União Brasil), principal opositor do atual grupo que governa o estado. As conversas provam que os policiais militares responsáveis pela ação em Itajuípe, no Sul da Bahia, foram induzidos ao erro pela Inteligência da Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP) e mataram o subtenente da PM Alberto Alves dos Santos, que atuava na segurança do ex-prefeito de Salvador ao longo da corrida eleitoral.
 
Nos diálogos, se observa que a informação de que havia nos veículos um traficante foi passada pela Secretaria da Administração Penitenciária do Estado (SEAP). Pelos prints, é possível ver como fontes das informações a CMASP - Coordenação de Monitoramento e Avaliação do Sistema Prisional - e o GSI - Grupo de Segurança Institucional -, ambos órgãos ligados à pasta. Na mesma mensagem, aparecem as placas dos dois veículos conduzidos pelos policiais vítimas e que colaboram com a campanha de ACM Neto.
 
O grupo foi montado para a operação de captura de um traficante, que, pela informação passada pela Inteligência aos policiais, estaria nos carros monitorados. Contudo, ambos os veículos eram alugados e estavam a serviço da campanha de ACM Neto, sem qualquer vinculação com atividade ilícita e sem nenhuma restrição nos órgãos de controle. 
 
Os indícios apontam que a informação de que havia um traficante nos veículos foi inventada para servir de justificativa para monitorar os carros. As conversas indicam ainda que os policiais que realizaram a operação não sabiam que a informação era falsa. Os diálogos demonstram que os policiais acompanhavam todos os passos dos veículos, desde a saída de Salvador até a chegada em Itajuípe, na última terça-feira (27).
 
Pelas conversas, é possível perceber que, por volta das 19h30, a PM sabia que os veículos entravam no município de Ibirapitanga e que as 19h45 passavam por Ubaitaba. A polícia também tinha conhecimento de que pelo menos um dos passageiros dos dois carros seria um soldado da corporação, neste caso Akeo dos Santos Ribeiro. No grupo, eles fazem o compartilhamento em tempo real das informações. Um dos policiais chega a perguntar se os veículos estão em comboio ou se haveria algum batedor. Chegam a cogitar “deslocar alguém de Itabuna pra fechar entre o Posto Bom Preço e o Nego Veio”. Por volta das 22h, a Polícia já sabia que os dois automóveis já estavam na pousada em Itajuípe. 

Veja conversas:


 
O quarto onde Alves estava foi invadido e ele foi morto a tiros enquanto dormia. O sargento Adeilton Rodrigues D'Almeida, que dividia quarto com o subtenente, também foi atingido por disparos, mas sobreviveu e passa bem. O governo do estado informou ter havido confronto, tese rebatida por D'Almeida, que revelou, em vídeo, que a ação ocorreu enquanto eles dormiam. Ele ainda afirmou que os policiais que participaram da ação pegaram sua arma e fizeram disparos no quarto para simular um confronto. 

Petição
Após a revelação das provas de monitoramento, a coligação Pra Mudar a Bahia, encabeçada por ACM Neto, ingressou com uma petição no Ministério da Justiça para pedir investigação da Polícia Federal sobre o caso. Na peça, a coligação diz “causar estranheza como dois veículos que nunca possuíram qualquer vinculação com atividade ilícita, que servem à campanha eleitoral de ACM Neto, sem qualquer restrição nos órgãos de controle, foram inseridos nesse contexto e passaram a ser perseguidos como se fossem bandidos de alta periculosidade”.

Veja o documento:


 
A coligação considera absurda a suposição de que havia um traficante nos veículos, uma vez que nenhuma atividade desempenhada pelos carros autorizaria essa suspeita. Na peça, os advogados dizem que “se tratou de uma ação orquestrada para monitorar as atividades de campanha do candidato ACM Neto, inclusive com nítido cunho intimidatório, a poucos dias das eleições”. 
 
A coligação pede que haja uma investigação da Polícia Federal para avaliar se o episódio se insere no contexto das eleições e se a Polícia Militar Bahia tem sido utilizada como instrumento de monitoramento de candidato de oposição ao Governo Estadual.
 
“Uma ação violenta, com o aparato do Estado, utilizando armas e recursos do Estado, contra agentes do Estado que se encontravam em repouso noturno em horário de folga, atentando contra a vida de inocentes, no contexto do processo eleitoral, com graves reflexos para o exercício da democracia, já existindo uma declaração pública do Comandante Geral da PM validando a ação, nada resta senão bater às portas do Ministério da Justiça a fim de que a Polícia Federal apure devidamente o triste episódio”, diz um trecho da peça. 
 
Investigação isenta
No velório do subtenente Alves, ACM Neto disse que a Polícia Federal terá a isenção necessária para investigar o caso. “Dois veículos que não tinham qualquer tipo de ligação ou envolvimento com nenhum histórico de problema, de crime, de nada disso, foram monitorados. A partir de que? O que motivou a decisão de monitorar aqueles veículos? Essa explicação eu acho que será essencial para descobrirmos efetivamente o que se passou”, afirmou.
 
ACM Neto destacou que outros veículos da sua campanha já haviam sido abordados antes do caso em Itajuípe. “Houve uma abordagem policial a um veículo que transportava o candidato (ao Senado) Cacá Leão (PP) e a candidata (a vice-governadora) Ana Coelho (Republicanos) quando eles foram ao município de Luís Eduardo Magalhães, na segunda-feira. E na semana passada um veículo que transportava a nossa equipe de comunicação foi abordado. No mesmo dia do episódio, o veículo que transportava um outro oficial que trabalha conosco estava indo para Itajuípe e também foi abordado”, descreveu.
 
“Então, não posso acreditar que quatro veículos da nossa campanha foram abordados por coincidência. Não estou querendo acusar ninguém de nada, só estou dizendo que precisa ser investigado. Acima de tudo, nesse momento, nós precisamos que tudo seja investigado, pois esse caso não está esclarecido. A versão do Comando-Geral da Polícia Militar não é verdadeira. Não houve confronto policial. Ao contrário, o subtenente Alves foi brutalmente assassinado quando estava dormindo”, afirmou.

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fonte: Correio da Bahia


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