Plano conjunto das gestões Tarcísio de Freitas e Ricardo Nunes para a Cracolândia prevê internação de dependentes e já suscita polêmica
São Paulo – O novo plano de enfrentamento da Cracolândia que está sendo elaborado de forma conjunta pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) com o prefeito da capital Ricardo Nunes (MDB) já suscita polêmica entre entidades que lidam há anos com o problema no centro de Sâo Paulo, como a Igreja Católica e o Ministério Público paulista (MPSP).
O ponto central da divergência é a ideia de promover a internação compulsória em massa de dependentes químicos que frequentam a Cracolândia, estratégia vista como pouco eficiente pelo padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo da Rua, e pela Promotoria de Direitos Humanos do MPSP.
A internação compulsória é uma bandeira eleitoral de Tarcísio. O governador sustenta que usuários de drogas que estão há muito tempo nas ruas não têm mais capacidade de discernimento sobre a situação. Na semana passada, o prefeito Ricardo Nunes se posicionou no mesmo sentido, dizendo que o poder público tem obrigação de oferecer atendimento a dependentes que estão há cinco anos na rua.
Logo após tomar posse, há três semanas, Tarcísio indicou seu vice, Felício Ramuth (PSD), para coordenar as ações do governo relacionadas à Cracolândia. Pelo lado da prefeitura, Nunes deu a missão ao secretário de Governo, Edson Aparecido.
Debates
A partir desta segunda-feira (23/1), o grupo de trabalho que vai discutir o tema começa a trabalhar oficialmente, mas os encarregados do assunto já têm feito reuniões com outras entidades desde a semana passada para tratar da Cracolândia.
O que eles vêm ouvindo nas conversas, contudo, contrapõe o discurso dos dois mandatários: internações contra a vontade do paciente não dão resultado se forem feitas de forma massificada e desconexas de outras ações.
Fonte: por Bruno Ribeiro | Metrópole
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