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Chegam à Bahia os 194 resgatados de trabalho similar ao escravo no RS

Trabalhadores ficaram em ginásio de Bento Gonçalves — Foto: Divulgação/MPT - site g1

Um dos 194 baianos resgatados em situação semelhante à escravidão em Bento Gonçalves, na Serra do Rio Grande do Sul, contou que adquiriu dívidas para não ter que comer a comida que as vinícolas em que trabalhavam forneciam.


"Porque nós adquirimos dívidas? Para não comer essa comida podre que eles nos davam", revelou o homem, que por questões de segurança, não teve a identidade divulgada.
Nesta segunda-feira (27), os baianos chegaram à Bahia. No relato, o homem contou que decidiu deixar o estado para conseguir oferecer melhores condições financeiras para a família.


"Viemos na intenção de deixar a família bem. Eu ia fazer dois meses sem mandar um centavo para minha esposa".


"A gente pegava o que comprava, pegava esse dinheiro, esse vale, esse empréstimo que é um absurdo, porque o juros são muito altos", relatou.


Chegada à Bahia


A informação foi confirmada pela Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (SJDH) e pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), que afirmaram não poder detalhar os municípios em que os baianos foram levados por questão de segurança.


Na última sexta-feira (24), os 194 dos 207 resgatados iniciaram a viagem de volta estado. No domingo, o grupo passou a noite em Minas Gerais. Outros quatro baianos preferiram permanecer no RS.


O secretário da pasta Antônio Carlos Borges Júnior e o coordenador de Enfrentamento ao Trabalho Escravo e Trágico de Pessoas da Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos, Admar Júnior, estiveram na recepção aos trabalhadores.


De acordo com apuração da TV Subaé, da Rede Bahia, a previsão é que psicólogos e assistentes sociais atendessem aos trabalhadores. A secretaria disponibilizará equipe para auxiliar com cadastros no Cad Único, Bolsa Família, além de ajuda para encontrar familiares.
Além dos baianos, também estavam no grupo resgatado nove gaúchos que voltaram aos municípios de origem: Montenegro, Carazinho, Rio Grande, Marau e Portão. As idades dos 207 resgatados variam entre 18 e 57 anos.


fonte: g1.globo.com

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