Ao visitar uma das oficinas do Tesla, fabricante de veículos elétricos nos Estados Unidos, a sensação é de que o futuro está muito próximo. Encontrei um ambiente completamente diferente daquele ao que estamos acostumados: não tinha uma gota de óleo sequer, as bancadas não estavam lambuzadas de graxa e sobre elas, em vez de uma série de ferramentas, apenas um laptop.
No departamento de peças, um estoque dez vezes menor em relação ao que estamos acostumados a ver: nada de filtros, correias, óleos, radiadores, bombas de água: a sensação era de estar em algum lugar qualquer que não fosse uma oficina de concessionária.
Os veículos híbridos ainda possuem o DNA das oficinas, pois carregam consigo um motor a combustão, mas os puramente elétricos deixam claro que é preciso que os mecânicos se atualizem.
Problemas que há dez anos eram impossíveis de serem resolvidos hoje foram solucionados. A bateria, por exemplo, sempre foi o grande limitador da evolução dos elétricos. Parece que a Tesla conseguiu equacionar o problema, usando 7 mil pequenas baterias que, interligadas, geram energia suficiente para rodar 250 milhas, pouco mais de 400 quilômetros de autonomia.
Se segure na cadeira: essa bateria custa por volta de R$ 70.000. Porém, a montadora compensa o desconforto oferecendo 8 anos de garantia e ainda assume o compromisso de que, até lá, a bateria substituta custará a metade do preço.
Em uma conversa de pé de ouvido, o consultor contou que o fato de serem várias baterias interligadas facilita o reparo parcial da região danificada.
Falando em preço, o carro também é caro: o Model S, um superesportivo, começa em US$ 70.000 e, com todos opcionais, passa do US$ 100.000. É um fato normal a cada vez que a indústria dá um pulo na tecnologia - pergunte para quem presenciou a chegada da injeção eletrônica no Volkswagen Gol GTI, em 1988: não tem jeito, é preciso amortizar os custos de anos de desenvolvimento.
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O que é feito nas revisões:
1) Alinhamento e balanceamento.
2) Check-up do sistema eletrônico.
3) Troca do filtro do ar-condicionado e higienização do sistema
4) Lavagem do carro a seco
5) Retiram o carro na sua casa e deixam outro carro durante a revisão
Custo da revisão da Tesla: US$ 600 (o equivalente a cerca de R$ 2.000)
Segundo o consultor técnico John Travel, a maior incidência de trabalho de manutenção está na eliminação de ruídos. Segundo ele, as pessoas passam a reclamar de ruídos que, em carros a combustão, passariam despercebidos (uma vez que o carro que só tem motor elétrico é silencioso).
Talvez o mundo não seja tão colorido: eles devem ter outros problemas que, naquele momento não tinham interesse em revelar, mas a ausência do sistema de arrefecimento, do sistema de ignição e escapamento deve reduzir, e muito, as visitas às concessionárias e, consequentemente, os gastos com manutenção.
Para se ter uma ideia, o carro elétrico possui um gerador de energia (alternador) que entra em ação cada vez que se tira o pé do acelerador. Este conjunto, além de recarregar a bateria, reduz a velocidade do carro, permitindo que, em boa parte das situações, você não utilize o pedal do freio e, consequentemente, não tenha desgaste de pastilhas e discos. Segundo o consultor as pastilhas de freio podem durar até dez anos: será?
Mão de obra mais cara
Nem tudo são flores: a quantidade de eletrônica embarcada é muito grande e complexa. A interação entre os diversos módulos de controle exige a formação específica dos técnicos, o que acaba encarecendo o valor da hora de mão de obra, hoje na casa de US$ 150 (R$ 500).
Além disso, questionei o consultor em relação aos problemas causados por veículos que rodam em cidades litorâneas, onde a maresia é a grande causadora de panes elétricas. Ele me disse que todos os módulos, conectores e cabos são muito bem blindados e buscam evitar tais problemas. Ficou a pergunta: como essas vedações se comportarão daqui a dez anos? Será que o carro suportaria alagamentos, por exemplo?
Ao volante
Dirigir um carro elétrico superesportivo, como o Model S, é uma experiência única: para quem assistiu aos desenhos futuristas dos “Jetsons”, parece que estamos fazendo parte de um dos episódios. O silêncio é total e o 0 a 100 km/h em 4 segundos é de tirar o fôlego, literalmente.
Tudo bem que, para alguns, o ronco reverberante de um motor V8 faça falta, mas o fim das reservas de petróleo é uma realidade e, provavelmente, não teremos escolha.
Se o carro elétrico será a grande solução, não sabemos. Mas, se você pretende ser um mecânico porque adora uma chave de fenda, é melhor repensar.
O que é feito nas revisões:
1) Alinhamento e balanceamento.
2) Check-up do sistema eletrônico.
3) Troca do filtro do ar-condicionado e higienização do sistema
4) Lavagem do carro a seco
5) Retiram o carro na sua casa e deixam outro carro durante a revisão
Custo da revisão da Tesla: US$ 600 (o equivalente a cerca de R$ 2.000)
Segundo o consultor técnico John Travel, a maior incidência de trabalho de manutenção está na eliminação de ruídos. Segundo ele, as pessoas passam a reclamar de ruídos que, em carros a combustão, passariam despercebidos (uma vez que o carro que só tem motor elétrico é silencioso).
Talvez o mundo não seja tão colorido: eles devem ter outros problemas que, naquele momento não tinham interesse em revelar, mas a ausência do sistema de arrefecimento, do sistema de ignição e escapamento deve reduzir, e muito, as visitas às concessionárias e, consequentemente, os gastos com manutenção.
Para se ter uma ideia, o carro elétrico possui um gerador de energia (alternador) que entra em ação cada vez que se tira o pé do acelerador. Este conjunto, além de recarregar a bateria, reduz a velocidade do carro, permitindo que, em boa parte das situações, você não utilize o pedal do freio e, consequentemente, não tenha desgaste de pastilhas e discos. Segundo o consultor as pastilhas de freio podem durar até dez anos: será?
Mão de obra mais cara
Nem tudo são flores: a quantidade de eletrônica embarcada é muito grande e complexa. A interação entre os diversos módulos de controle exige a formação específica dos técnicos, o que acaba encarecendo o valor da hora de mão de obra, hoje na casa de US$ 150 (R$ 500).
Além disso, questionei o consultor em relação aos problemas causados por veículos que rodam em cidades litorâneas, onde a maresia é a grande causadora de panes elétricas. Ele me disse que todos os módulos, conectores e cabos são muito bem blindados e buscam evitar tais problemas. Ficou a pergunta: como essas vedações se comportarão daqui a dez anos? Será que o carro suportaria alagamentos, por exemplo?
Ao volante
Dirigir um carro elétrico superesportivo, como o Model S, é uma experiência única: para quem assistiu aos desenhos futuristas dos “Jetsons”, parece que estamos fazendo parte de um dos episódios. O silêncio é total e o 0 a 100 km/h em 4 segundos é de tirar o fôlego, literalmente.
Tudo bem que, para alguns, o ronco reverberante de um motor V8 faça falta, mas o fim das reservas de petróleo é uma realidade e, provavelmente, não teremos escolha.
Se o carro elétrico será a grande solução, não sabemos. Mas, se você pretende ser um mecânico porque adora uma chave de fenda, é melhor repensar.
FOTO: Tesla / Divulgação
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