A Controladoria-Geral da União (CGU) contabilizou 1.131 denúncias de assédio sexual ao longo de 2024 dentro da esfera do governo federal. O número representa uma alta em relação aos anos anteriores. Em 2023, por exemplo, foram registrados 1.106 casos.
Os números englobam denúncias recebidas pelas ouvidorias de órgãos da administração federal e pela CGU. Do total, 888 foram consideradas habilitadas, ou seja, possuíam os requisitos mínimos para análise e encaminhamento às áreas de apuração. Outras 234 foram classificadas como não habilitadas por, entre outras hipóteses, não apresentarem informações suficientes ou manifestação duplicada.
Os dados apontam uma prevalência de casos em universidades federais. Entre os 10 órgãos mais mencionados, seis estão relacionados a instituições de ensino. São elas: Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Complexo Hospitalar de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Universidade Federal do Ceará (UFC) e Universidade de Brasília (UnB).
O pico de manifestações ocorreu em setembro, quando foram registradas 154 denúncias. O período coincide com a demissão de Silvio Almeida, então ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, que foi acusado de assédio sexual, como revelado em reportagem do Metrópoles.