Foto: Pedro França/Agência Senado
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, solicitou nesta segunda-feira (14), nas alegações finais apresentadas ao Supremo Tribunal Federal (STF), que a pena do colaborador Mauro Cid seja reduzida a ⅓ dos crimes imputados, menos do que foi previsto inicialmente, devido a omissões e falhas durante o processo de colaboração, segundo a CNN. O procurador destacou que, apesar da contribuição de Cid, o réu continuou a agir de forma contraditória, prejudicando sua defesa. Entre os pontos citados, Gonet mencionou publicações que indicam o envolvimento de Cid em contatos suspeitos com advogados e manipulação de redes sociais.
Gonet também relembrou que Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, tinha acesso a informações sensíveis e ocupava uma posição estratégica dentro da organização criminosa. Segundo o procurador, Cid foi essencial em articulações contra o regime democrático e participou de reuniões com militares, além de estar envolvido em planos como "Punhal Verde e Amarelo" e "Copa 2022", que visavam atentados contra autoridades.
O procurador questionou a versão de Cid, que negou envolvimento com manifestações antidemocráticas e financiadores de atos. Para Gonet, a colaboração de Cid foi importante, mas seu comportamento contraditório limita a redução de pena, sendo necessária uma sentença proporcional à gravidade dos atos cometidos.
O processo de delação premiada de Cid foi homologado em setembro de 2023, ajudando a aprofundar as investigações sobre a organização criminosa que ameaçava as instituições democráticas. Gonet destacou que as provas confirmam o papel decisivo de Cid, apesar de suas tentativas de minimizar sua participação.