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Foto: Jefferson Peixoto/Secom |
A atividade do preparo e a venda de acarajé nas ruas de Salvador, conduzidos tradicionalmente por mulheres negras, estão mais próximos de serem reconhecidos como patrimônio imaterial da cidade. O processo oficial foi iniciado durante a VI Jornada do Patrimônio Cultural, nesta quarta-feira (27), quando a Associação Nacional das Baianas de Acarajé (Abam) recebeu uma notificação para que a atividade seja reconhecida como patrimônio imaterial da capital baiana.
Mais que uma comida típica, o acarajé carrega valores religiosos e históricos. Presente em rituais do candomblé e oferecido a orixás como Iansã, ele também representa a resistência e a identidade afro-brasileira preservada nas mãos das baianas.
O ofício envolve tradição oral, saber ancestral e uma forte função social. Além de sustento para milhares de famílias, os tabuleiros espalhados pelas ruas são espaços de convivência, memória e continuidade cultural.
Com a abertura do processo, a expectativa é garantir visibilidade, proteção e políticas públicas que assegurem a permanência dessa prática. A valorização formal reforça a importância do acarajé como símbolo da herança africana e da cultura soteropolitana.