Nazaré, Bahia — Uma nova pintura no Estádio Municipal de Nazaré, que exibe as cores fortes e vibrantes de amarelo e vermelho, tem gerado intensa polêmica e questionamentos entre os cidadãos. A escolha das cores, embora a prefeitura possa alegar que estejam na bandeira da cidade, é notoriamente associada à campanha eleitoral de 2024, onde o prefeito Benon utilizava camisas amarelas e seu vice, Rodrigo, usava o vermelho do Partido dos Trabalhadores (PT).
A situação ganha peso e urgência à luz de uma recente e clara decisão do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Em agosto de 2025, o órgão de fiscalização proibiu a utilização de cores e símbolos partidários em obras e prédios públicos, em uma medida que visa coibir a promoção pessoal e a violação do princípio da impessoalidade. Essa decisão não é isolada; o próprio TCM já havia atuado em casos como o de Barro Alto, onde impediu a alteração indevida do Brasão Oficial, e em Angical, onde o uso de cores foi questionado por sua forte ligação com o partido da gestão.
Observadores da política local e parte da população apontam que, apesar de as cores estarem na bandeira da cidade, a forma como foram aplicadas — em tons fortes e vibrantes que remetem diretamente ao cenário eleitoral recente — pode configurar uma transgressão do espírito da lei. O que se discute é se a prefeitura buscou uma "justificativa" para uma ação com clara conotação política.
A controvérsia não para no estádio. A cidade aguarda a conclusão do Centro Artesanal Maria Fumaça, obra que, de acordo com o cronograma, já está atrasada. A comunidade e a imprensa se perguntam: será que esta obra, quando finalizada, também seguirá o mesmo padrão de cores, reforçando o uso da máquina pública para fins de autopromoção?
Em respeito ao princípio da liberdade de imprensa e ao direito de manifestação, a equipe de reportagem do Pirôpo News buscou contato com a Prefeitura de Nazaré para obter um posicionamento oficial sobre a escolha das cores e a adequação da obra à decisão do TCM. Este espaço permanece aberto para que a administração municipal possa esclarecer o caso e responder às indagações da população.
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