Por Marcius Pirôpo, O Peso Pesado da Notícia
A ascensão de Eduardo Bolsonaro à liderança da minoria ganha um novo e decisivo contorno: a manobra política para blindá-lo da perda do mandato por excesso de faltas. Como se sabe, o deputado tem passado os últimos meses nos Estados Unidos e, com o fim de sua licença parlamentar, as ausências nas sessões da Câmara começaram a se acumular.
Segundo a legislação brasileira, um parlamentar pode ter o mandato cassado se faltar a um terço das sessões ordinárias não justificadas. Diante desse cenário, a nomeação para a liderança da minoria surge como um movimento de mestre do Partido Liberal (PL).
Isso acontece porque um ato da Mesa Diretora da Câmara de 2015 desobriga os líderes partidários e os membros da Mesa de registrarem presença nas sessões. Na prática, com a nova função, Eduardo Bolsonaro pode continuar recebendo seu salário integral de deputado, mesmo a milhares de quilômetros do Brasil, sem que as faltas sejam computadas.
Essa manobra, embora regimental, levanta sérias questões sobre a ética e a efetividade do mandato parlamentar. Para a oposição, a medida é uma forma de usar uma brecha do regimento em benefício próprio, enquanto para a base aliada, é uma estratégia legítima para proteger um de seus principais nomes.
Para o PIRÔPO NEWS, o caso mostra como o jogo político de Brasília é jogado, com estratégias que muitas vezes fogem da lógica para garantir a sobrevivência e a influência de seus principais atores. E o mais importante: um líder pode ter sua influência e peso político mesmo em outro país, como prova a ascensão de Eduardo Bolsonaro.
.png)
