(Por Piropo, O Peso Pesado da Notícia)
Muitas pessoas se sentem superiores às outras. Elas se vangloriam por cargos públicos que um dia serão de outro, por uma fama que é efêmera, ou por um dinheiro que não podem levar. A prepotência e a arrogância transformam o indivíduo em uma ilha de vaidade, esquecendo a mais simples e cruel das verdades: o nosso corpo tem data de validade.
Vivemos contra o tempo. A expectativa de vida na Terra é curta, e pouquíssimos de nós, meros mortais, chegam às dez décadas completas. Uma década passa voando. E enquanto estamos com vida e, principalmente, com saúde, somos milionários. O maior bem é a saúde, e o segundo é a esperança. De que adianta a soberba se o destino é o mesmo para o poderoso e para o mais humilde?
A arrogância não leva a lugar nenhum. É vital, portanto, aproveitar cada momento e ter a consciência plena de que a vida não é uma estação onde ficamos parados, mas sim um vagão em constante movimento.
Essa reflexão está magnificamente resumida na obra-prima "Encontros e Despedidas", de Milton Nascimento e Fernando Brant, imortalizada na voz de Maria Rita:
"E assim, chegar e partir / São só dois lados / Da mesma viagem / O trem que chega / É o mesmo trem da partida / A hora do encontro / É também despedida / A plataforma dessa estação / É a vida desse meu lugar..."
O trem da vida não espera. A chegada é a própria partida. Tire o Rei da Barriga. A vida é breve. O legado que deixamos não está em quantos títulos carregamos, mas em quanta humildade e bondade espalhamos pelo caminho. A viagem continua, e todos estamos no mesmo trem.