Câmara analisa projeto de lei que cria o Selo Salvador Raiz
Proposta do vereador João Cláudio Bacelar busca valorizar a cultura e os empreendedores locais
A Câmara Municipal de Salvador analisa o Projeto de Lei nº 214/2025, proposto pelo vereador João Cláudio Bacelar (Podemos), que institui o Selo Salvador Raiz. A iniciativa busca reconhecer e valorizar empresas, estabelecimentos e empreendedores de pequeno e médio porte que promovem e preservam a cultura, as tradições e os saberes históricos da capital baiana.
“O Selo Salvador Raiz é uma forma de dar visibilidade a quem mantém viva a essência da cidade – nossos sabores, ritmos, ofícios e modos de viver. Queremos reconhecer os empreendedores que carregam essa história em seus negócios, impulsionar o turismo cultural e gerar renda valorizando o que temos de mais autêntico: a alma de Salvador”, justificou João Cláudio Bacelar.
De acordo com o projeto, o Selo Salvador Raiz será concedido a empreendimentos que mantenham viva a identidade soteropolitana por meio de atividades ligadas à culinária, música, arte, arquitetura, artesanato, literatura, religião e outras expressões culturais que fazem parte do patrimônio imaterial da cidade.
A proposta prevê que o Poder Executivo regulamente a concessão do selo, definindo critérios técnicos, órgãos responsáveis pela análise e prazo de validade da certificação. Além de autorizar a criação de um mapa digital público com os estabelecimentos contemplados, funcionando como um roteiro cultural e turístico oficial da cidade, reunindo informações sobre a importância histórica e social de cada local reconhecido.
O projeto de lei também abre espaço para parcerias com universidades, entidades culturais e órgãos do setor turístico, de modo a garantir a avaliação técnica e o apoio institucional à iniciativa.
Para o vereador, a proposta é um passo importante para preservar o patrimônio imaterial da capital baiana diante das transformações urbanas e dos desafios impostos pela globalização.
“Precisamos criar instrumentos que protejam nossa cultura de raiz, incentivem o empreendedor local e mantenham Salvador como referência mundial de diversidade, criatividade e identidade”, concluiu o vereador.
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Diretora do Senac, Ana Rita Andrade
receberá Título de Cidadã de Salvador
Homenagem será presidida por Aladilce Souza, segunda-feira (10), 18h, no Centro de Cultura da Câmara
Pela sua dedicação à educação de qualidade, à gestão eficiente e ao compromisso com o desenvolvimento humano e social na Bahia, a diretora regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac-Bahia), Ana Rita Marques de Andrade, será homenageada pela Câmara Municipal com o Título de Cidadã de Salvador. Numa iniciativa da vereadora Aladilce Souza (PCdoB), a sessão solene será na segunda-feira (10), às 18h, no Centro de Cultura Vereador Manuel Querino. Ana Rita é natural de São Sebastião do Passé, no Recôncavo Baiano.
A vereadora Aladilce destaca iniciativas da diretora voltadas à promoção da qualificação profissional. “A homenagem a Ana Rita é mais do que merecida, é um reconhecimento pela sua dedicação à qualificação profissional, segmento fundamental para uma capital como Salvador, que lidera o ranking de desemprego e outros indicadores sociais negativos, por falta de políticas públicas municipais de inclusão ao mercado de trabalho”, justifica. Segundo a vereadora, a diretora regional do Senac já se sente, de fato, soteropolitana: “Agora será também de direito”.
A mesa da sessão, que será presidida por Aladilce, terá as presenças de Kelsor Fernandes, presidente do Sistema Comércio Bahia (Fecomércio, Sesc, Senac); do deputado federal Daniel Almeida (PCdoB); do deputado estadual Bobô (PCdoB); de Maria Marighella, presidenta da Funarte; e de Anna Beatriz Waehneldt, diretora de educação profissional do Senac Nacional.
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Sessão em homenagem
ao guardião do Bonfim
Câmara homenageia o padre Edson Menezes, no dia 17, por sua trajetória pastoral, social e humanitária
A Câmara Municipal de Salvador celebrará os quarenta anos de sacerdócio do padre Edson Menezes, reitor da Basílica Santuário Nosso Senhor do Bonfim. A sessão especial foi proposta pelo vereador Sílvio Humberto (PSB) e acontecerá no dia 17 deste mês, às 18h, no auditório do Centro de Cultura da Casa. A atividade é aberta ao público.
Natural de Salinas da Margarida (BA) e ordenado sacerdote em 1985, padre Edson Menezes é uma das personalidades mais admiradas da Igreja Católica na Bahia. Seu ministério é reconhecido pela sensibilidade pastoral, pelo compromisso social e pela forte atuação no diálogo inter-religioso e no combate ao racismo.
Desde que assumiu a Reitoria da Igreja do Bonfim, em 2009, o sacerdote fortaleceu a vocação do templo como um dos principais centros de peregrinação e um dos pontos turísticos mais visitados do país, símbolo da fé e da identidade baiana.
Sob sua liderança, o Santuário adotou uma nova mística de acolhimento e atendimento humanizado, respeitoso e caloroso; implantou projetos de grande impacto, como o Projeto Social Bom Samaritano; e ampliou a organização e a valorização de manifestações populares, a exemplo da Lavagem de Corpo e Alma, da Sexta-feira da Gratidão e da Proteção, da Procissão dos Três Pedidos e da Procissão Marítima de translado da imagem do Senhor do Bonfim para a Basílica da Conceição da Praia.
Durante a pandemia, celebrou missas diárias transmitidas pelas redes sociais e idealizou o percurso da imagem peregrina do Senhor do Bonfim pelas ruas de Salvador, num ato de fé e bênção.
“Padre Edson Menezes é figura central na preservação da Lavagem do Bonfim, uma das mais significativas manifestações da Bahia, unindo fé, cultura e diversidade e reafirmando o espírito de respeito e convivência. Um exemplo de humildade, de escuta e de amor ao próximo – um homem de fé que constrói pontes, e não muros”, justifica o autor do projeto de resolução. “Prova disso foi a pregação numa missa que viralizou nas redes, na qual afirmou que acolhia os adeptos do candomblé, de outras religiões e os ateus. Esse é o nosso padre Edson”, completou.
Seu trabalho pastoral se destaca pela abordagem humana e empática, que vai além do âmbito espiritual, incluindo a defesa dos direitos humanos, da dignidade humana, da vida e das minorias, além do apoio a ambulantes do entorno da Basílica e do enfrentamento à violência, à intolerância religiosa e ao preconceito.
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Hamilton defende questão
racial na revisão do PDDU
Vereador entende que a Prefeitura foge do enfrentamento às desigualdades
O vereador Hamilton Assis (PSOL) entende que existem “omissões graves” no Plano de Trabalho apresentado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) para a revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU). Segundo o parlamentar, o documento repete o mesmo modelo excludente de gestões anteriores, ignorando a dimensão racial que estrutura a cidade mais negra fora da África.
“Não se trata de descuido, mas de uma estratégia política. Tornar a população negra invisível é uma forma de não pensar, não planejar e não se responsabilizar por políticas de combate às desigualdades raciais. É o racismo institucional operando no coração do planejamento urbano. Como Salvador não pensa nas questões raciais com 83% da população negra, segundo o IBGE?”, questionou Hamilton Assis.
Conforme o vereador, o Plano de Trabalho da FGV mencionou a palavra “raça” apenas uma vez, de forma superficial, e sem considerar as desigualdades raciais como eixo estruturante do diagnóstico da cidade.
Para ele, a ausência é ainda mais grave porque o documento ignora completamente o Estatuto da Igualdade Racial e de Combate à Intolerância Religiosa de Salvador, lei municipal que deveria orientar todas as políticas públicas da capital. A FGV traz como documento de referência para a revisão o Salvador Capital Afro.

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