A recente decisão do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retirar as tarifas de importação de 40% sobre produtos brasileiros – notadamente carne e café – está se transformando em um trunfo de popularidade para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Brasil.
O movimento diplomático, que desonerou setores vitais da agroindústria, não apenas impulsiona a economia nacional, mas também serve para estreitar os laços de Lula com um segmento que historicamente manteve distância ou oposição ao seu governo: os grandes empresários do agronegócio.
A retirada das tarifas, que vinham penalizando exportadores brasileiros, foi celebrada pelo governo Lula como uma vitória da sua diplomacia ativa. Embora o anúncio tenha vindo de Trump, a narrativa do Planalto é de que o restabelecimento de um diálogo de alto nível com os EUA foi crucial para resolver a pendência comercial.
- Impacto no Agronegócio: Os setores de carne (especialmente bovina) e café são pilares da balança comercial brasileira e empregam milhões. A eliminação da barreira tarifária de 40% significa maior competitividade imediata no mercado americano e a garantia de um mercado estável e lucrativo.
- Aproximação Empresarial: Empresários e líderes de associações do ramo, que antes demonstravam ceticismo ou reservas em relação à política externa de Lula, agora se veem obrigados a reconhecer publicamente a eficácia da gestão nas negociações internacionais. Este reconhecimento se traduz em um ganho de capital político para o presidente, mitigando críticas internas.
O presidente Lula tem capitalizado o episódio para reforçar a imagem de um líder capaz de proteger os interesses nacionais, independentemente das diferenças ideológicas com seus homólogos.
"A economia não tem ideologia. O que importa é o resultado para o trabalhador e para o empresário brasileiro," tem sido a linha adotada por aliados do governo.
A aproximação dos empresários do café e da carne é estratégica. Em um momento de tensões internas e preparação para futuras eleições, conquistar o apoio (ou, no mínimo, a neutralidade) de líderes setoriais robustos é fundamental para pacificar a relação com o mercado e demonstrar pragmatismo na gestão.
O episódio da tarifa reforça a percepção de que, na esfera internacional, os interesses econômicos do Brasil têm sido prioridade na agenda de Lula.

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