A crise social e administrativa em Muniz Ferreira atingiu um pico de revolta com a divulgação do patrocínio pessoal do Prefeito Gileno a um evento privado – o "Encontro da Vaqueirama". A atitude do gestor, ao vincular sua imagem a uma festa em meio a uma onda de demissões em massa e ausência de direitos trabalhistas, é vista pela população como um escárnio.
A indignação popular é evidente: o Prefeito estaria se dedicando à promoção pessoal e a eventos festivos enquanto o município padece com centenas de famílias atingidas pelo desemprego.
A situação é agravada pela grave denúncia que recai sobre a empresa Aruanã. Segundo relatos de trabalhadores e fontes locais, essa empresa estaria sendo utilizada para realizar o pagamento de alguns funcionários da Educação.
O ponto mais crítico é a falta de transparência: não há registro público ou publicação no Diário Oficial que comprove a ligação formal da Aruanã com o município de Muniz Ferreira.
O questionamento crucial é: Qual é o vínculo jurídico-financeiro que permite à empresa Aruanã efetuar pagamentos a servidores do município? Essa opacidade levanta fortes indícios de terceirização ilegal ou contratação sem a devida licitação/transparência, o que exige investigação urgente do Ministério Público.
A atitude do Prefeito em colocar seu nome como "Patrocinador Oficial" de um evento particular, independentemente da origem do dinheiro, esbarra diretamente no princípio constitucional da Impessoalidade.
O Artigo 37, § 1º, da Constituição Federal é o pilar desta crítica:
"A publicidade dos atos [...] não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos."
O uso do título e da visibilidade do cargo de Prefeito para fins privados, em um momento de crise social e administrativa, configura desvio de finalidade e potencial Improbidade Administrativa, pois prioriza a imagem do gestor em detrimento das necessidades reais da população.
Em contraste direto com a postura do Executivo, o Vereador Jairo usou a tribuna da Câmara para apresentar uma proposta de moralidade: diminuir em 50% os salários do Prefeito, do Vice, dos Secretários e dele próprio, se fosse a única forma de evitar as demissões e garantir o sustento das famílias na cidade. O gesto reforça a crítica à falta de prioridade do gestor municipal.
Amparado pela liberdade de expressão e informação do Artigo 220 da Constituição Federal e pela jurisprudência da ADPF 130, este veículo cumpre o seu dever de fiscalizar. A denúncia da população exige que o Ministério Público do Estado da Bahia priorize a apuração da empresa Aruanã, a legalidade das demissões em massa e o ato de promoção pessoal do Prefeito.
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