Por: Marcius Piropo (O Peso Pesado da Notícia)
No apagar das luzes de 2025, a Prefeitura Municipal de Muniz Ferreira, sob a gestão do prefeito Gileno Pereira dos Santos, oficializou a homologação do Pregão Eletrônico nº 048/2025. O objeto? A contratação de serviços de sonorização, iluminação e cerimonial para festividades. O valor? Um montante que ultrapassa a marca de R$ 1.063.029,89 (um milhão e sessenta e três mil reais).
O valor, embora legal do ponto de vista processual (conforme a Lei 14.133/21 citada no documento), levanta um questionamento ético e humanitário que o Piropo News não pode ignorar.
O que torna este gasto ainda mais difícil de digerir são os dados oficiais de saúde deste ano. Na pesquisa do TRIA (Triagem para Risco de Insegurança Alimentar) de 2025, Muniz Ferreira aparece em um triste destaque: a cidade com maior índice de insegurança alimentar.
O TRIA é um dado técnico do SUS que identifica famílias que não têm o que comer. Enquanto esses números dizem que o povo está com a barriga vazia, a prefeitura prioriza o "palco e o som". É um contraste cruel: de um lado, a liderança na insegurança alimentar; do outro, a disposição de gastar um milhão com painéis de LED e cerimonial.
- É o momento oportuno para investir mais de um milhão de reais em estruturas de eventos quando a fome bate à porta de tantos munícipes?
- Por que esses recursos não são redirecionados para o fortalecimento da merenda escolar, medicamentos e cestas básicas?
O som de um evento não pode abafar o grito de socorro de quem precisa de dignidade e alimento no prato.
Em cumprimento ao dever de informar, esta matéria fundamenta-se no Artigo 220 da Constituição Federal, que assegura a liberdade de manifestação do pensamento e a plena liberdade de informação jornalística. Reiteramos ainda o entendimento da ADPF 130 do STF, que reafirma que a crítica jornalística sobre atos da administração pública e a aplicação de recursos é essencial para a democracia e não pode sofrer censura ou intimidação.
Fica aberto o espaço para que a Prefeitura de Muniz Ferreira se manifeste sobre a prioridade deste gasto diante dos índices de insegurança alimentar citados.


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