Atleta estava de férias na Europa e permaneceu na Holanda, afirma televisão holandesa. Kimia Alizadeh alega ter sido uma 'ferramenta de propaganda' das autoridades iranianas.
A campeã faixa preta de taekwondo Kimia Alizadeh, a única mulher a conquistar uma medalha olímpica para o Irã, deixou o país semanas atrás alegando ser usada como uma ferramenta de propaganda das autoridades iranianas. A atleta está treinando em Eindhoven, no sul da Holanda, informou a emissora holandesa NOS nesta segunda-feira (13).
"Sou uma de milhões de mulheres oprimidas do Irã que eles estão manipulando há anos", escreveu Alizadeh em uma postagem no Instagram publicada no fim de semana.
"Eu vestia qualquer coisa que eles mandavam e repetia qualquer coisa que me ordenavam. Cada frase que me ordenavam eu repetia", completou a atleta, que conquistou medalha de bronze na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016.
Mimoun El Boujjoufi, treinador de taekwondo da Holanda, disse à NOS que foi procurado por Alizadeh um mês atrás. "Ela estava de férias na Europa, mas decidiu com o parceiro não voltar ao Irã", disse El Boujjoufi, segundo a emissora.
"É claro que ela é bem-vinda aqui. Conhecemos suas qualidades. Ela é um grande acréscimo ao taekwondo da Holanda".
Na postagem feita no Instagram no fim de semana, Alizadeh insinuou que se mudou para a Europa, mas sem dar detalhes.
"Ninguém me convidou à Europa e não recebi uma oferta tentadora. Mas aceito o sofrimento e a adversidade da saudade de casa porque não queria ser parte da hipocrisia, das mentiras, da injustiça e da bajulação".
Não ficou claro se a Holanda foi abordada a respeito de um pedido de asilo. O Ministério das Relações Exteriores holandês não quis comentar.
G1