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Entre mocinhos e bandidos: Witzel, o espelho fluminense de Bolsonaro



Entre mocinhos e bandidos: Witzel, o espelho fluminense de Bolsonaro
Não existem mocinhos na política. O que não quer dizer que todos os políticos sejam bandidos. A Operação Placebo, contra supostos desvios de recursos públicos dos hospitais de campanha para combate ao novo coronavírus no Rio de Janeiro, evidencia que discursos de salvadores da pátria são facilmente desconstruídos, independente do governador Wilson Witzel ser inocente ou culpado. A lógica, inclusive, é válida também para os adversários que ora comemoram o alvo da Polícia Federal.

Desde o início da pandemia, tenho defendido a intensificação da fiscalização pelos órgãos de controle e também da sociedade para o uso de recursos públicos por parte dos gestores. A “porteira aberta”, fruto da flexibilidade que o estado de calamidade permite, não deve ser interpretada como uma torneira cujo fluxo de água é perene, onde não há contas a prestar. Por isso, todo e qualquer recurso utilizado contra a Covid-19 ou para qualquer outro fim precisa ser acompanhado de perto, para evitar o desperdício.

A operação que teve como alvo Witzel acontece em meio a uma mancha na credibilidade da PF criada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, que deu sinais de uso político da instituição. Logo, por mais que, nesse caso, as irregularidades no governo do Rio justifiquem a ação, a dúvida sobre as eventuais motivações vai pairar durante muito tempo nas mentes menos apaixonadas por políticos de estimação.

O governador fluminense, inclusive, experimenta um pouco do próprio veneno. Em discurso proferido após a operação, acusou o ex-aliado Bolsonaro de ser um ditador. Muitos moradores do Rio de Janeiro talvez concordem que haja um espelho quando Witzel profere essa descrição, o que torna a situação ligeiramente mais patética. Afinal, “armar o povo” e “matar o povo” parecem ideais compartilhados de maneira frequente entre os ex-amigos.

Longe de mim levantar falsas suspeitas sobre quem quer que seja. Para isso, existe o Ministério Público do Rio de Janeiro, que frequentemente tem Flávio Bolsonaro como investigado, o Ministério Público Federal, que agora foca em Witzel, e até a Procuradoria-Geral da República, que se funcionasse como deveria seria independente o suficiente para não passar pano para o morador do Palácio da Alvorada. Eles que lutem.

Se existem irregularidades no Rio de Janeiro, que elas sejam apuradas e devidamente punidas. O mesmo se acontecerem no Amazonas e no Ceará, citados pela vidente Carla Zambelli, e até na Bahia, que não duvido figurar como alvo de investigação depois de Bolsonaro compartilhar uma Fake News sobre o Hospital Espanhol com o então ministro da Justiça, Sergio Moro, e ficar por isso mesmo. Só não podemos esquecer de fiscalizar também o Palácio do Planalto, já que ali também não há inocentes...

Este texto integra o comentário desta quarta-feira (27) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios A Tarde FM, Irecê Líder FM, Clube FM, RB FM, Alternativa FM Nazaré e Candeias FM. O comentário pode ser acompanhado também nas principais plataformas de streaming: SpotifyDeezerApple PodcastsGoogle Podcasts e TuneIn.
BN -Fernando Dias

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