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Dono de um buffet de eventos de empresas em Salvador, Marcelo Carneiro conta que a pandemia da Covid foi um baque e tanto nos negócios. Com os eventos cancelados, ele reduziu drasticamente o número de funcionários. De 15 trabalhadores, hoje quem toca a empresa é ele, sua mãe e um outro assistente. Como se a vida do pequeno comerciante no Brasil estivesse fácil, a decisão da Aneel de aumentar em 52% a bandeira vermelha 2, na conta de energia, vai gerar mais um impacto no orçamento, que já estava apertado.
A cobrança extra passou de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100 kWh consumidos. O reajuste contrariou a área técnica da própria Aneel. A agência havia recomendado uma alta de R$ 11,50 a cada 100 kWh consumidos. Um dos objetivos do aumento da tarifa é justamente forçar uma redução do consumo, para que o sistema de energia seja menos pressionado.
"Notei que nos últimos meses a conta de energia teve um aumento. Eu pagava R$1.200, depois pouco mais de R$1.300. Recebi hoje a conta de junho e ela já veio perto de R$1.500. Uso energia principalmente com os freezers, para manter ingredientes conservados, não é possível diminuir esse gasto", desabafa Marcelo, que assim como todos os brasileiros, vai ver sua conta aumentando no próximo mês, que já começa essa semana.
Nesta terça-feira, 29 de junho, dia de São Pedro, conhecido também por influenciar nas chuvas, até caiu um toró na capital baiana. Mas a realidade é que o Brasil vive uma crise hídrica devido a pior estiagem dos últimos 91 anos, e até mesmo em Salvador choveu menos do que o esperado. O índice pluviométrico na cidade é o menor nos últimos três anos, o mês de maio registou a menor quantidade de chuva em quase três décadas, e tema foi retratado na última edição do Jornal da Metrópole.
M1