RIO — A última semana na cidade do Rio foi a com maior número de infectados por Covid-19 confirmados em toda a pandemia. Segundo os dados do painel da prefeitura, a média móvel de casos chegou a 3.061 diagnósticos na última quinta-feira, 6 de janeiro. Até então, o indicador nunca havia superado a marca de 2 mil casos diários, registrada em meados de agosto de 2021, quando o Rio enfrentava uma nova onda provocada pela variante Delta.
A explosão de casos de Covid-19 no início de 2022 coincide com a chegada da variante Ômicron, e grande parte dos casos até o momento é de quadro leve. Com a última atualização dos dados do coronavírus, o dia 3 de janeiro de 2022 também se tornou o recordista de casos diários de toda a pandemia no Rio. Na primeira segunda-feira do ano foram confirmadas 4.864 pessoas com Covid-19. Até então, o recorde de casos em um único dia era de 3.600, em 28 de abril de 2020. Ou seja, o novo pico já é 35% maior que o anterior.

Os dados se referem ao total de pacientes que relataram ter começado a sentir os sintomas da infecção no dia 3. Mas esse número deve subir, já que outros casos atendidos nos dias seguintes ainda podem ser inseridos no sistema.
Pedido por mais leitos
O número de pessoas internadas na rede pública no Rio também tem aumentado desde as festas de final de ano. A curva de novos pacientes hospitalizados, no entanto, está longe de acompanhar a de crescimento de casos — o que especialistas e autoridades creditam aos efeitos da vacinação. Com a alta de infectados, a prefeitura do Rio solicitou a abertura de 200 leitos da rede federal para serem utilizados em caso de necessidade para pacientes com Covid-19. Segundo o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, esta é uma medida de precaução. Ontem à tarde, 57 pessoas estavam internadas com coronavírus em leitos do SUS da capital, sendo 24 em UTIs. Outras 12 aguardavam na fila por uma transferência, mas o número de leitos disponíveis continua superior à demanda.
Dos pacientes que aguardavam vaga estão seis internados no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, que foi referência para a Covid-19 até novembro e, desde então, não trata mais a doença. Segundo a prefeitura, eles testaram positivo na admissão e, por isso, serão transferidos para outras unidades.
Desde a virada do ano há uma grande corrida aos postos de testagem do Rio. E não por acaso foi a semana com maior número de testes de coronavírus realizados desde o início da pandemia, com uma taxa de 44% de de positividade. E, mesmo no fim de semana, os centros de testagem da rede pública continuaram cheios.
No do Parque Olímpico, os pacientes foram divididos em dois grupos: assintomáticos e sintomáticos. No CIEP Nação Rubro Negra, no Leblon, outro novo centro de testagem, a atendente de restaurante Juliana Marques, de 44 anos, conclui triagem e exame em uma hora pela manhã. Já a sua filha Maria Eduarda Marques, de 15 anos, que chegou horas depois, encontrou o local bem mais movimentado. Como a mãe testou positivo, a adolescente foi conferir se estava com o vírus, mas o resultado do exame deu negativo.
— Comecei a sentir sintomas na sexta, e hoje (ontem) teria que trabalhar. Fiquei sabendo que nesse CIEP estava fazendo testagem. Como o resultado sairia rápido, preferi ir logo para me certificar se estava positivada ou não. Achei o atendimento excelente — avaliou Juliana.
fonte: Extra