O Ministério Público da Bahia (MP-BA) denunciou ontem, dia 9 de agosto, doze pessoas envolvidas no esquema de desvio de doações conhecido como o ‘golpe do Pix’. O grupo foi acusado de associação criminosa e apropriação indébita, após as investigações revelarem sua atuação entre 2022 e 2023, período no qual arrecadaram mais de R$ 540 mil em doações e se apropriaram de 75% desse valor, cerca de R$ 410 mil. Apenas R$ 135.945,71 foi devidamente repassado às vítimas, cujas histórias eram expostas em um programa televisivo.
A denúncia, oferecida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e pela 10ª Promotoria de Justiça Criminal de Salvador, detalha que o grupo se associou deliberadamente para cometer crimes contra pessoas em estado de vulnerabilidade social. O esquema funcionava arrecadando doações por meio de chaves Pix exibidas na televisão, e a maior parte do dinheiro era desviada para os líderes do grupo, enquanto as vítimas recebiam uma pequena fração do montante.
Além disso, as investigações apontaram que os acusados realizavam movimentações fragmentadas e atípicas para ocultar a origem ilícita dos valores, configurando também o crime de lavagem de dinheiro. Em um dos casos exibidos no programa, foram arrecadados R$ 64.127,44 em doações, dos quais R$ 57.591,26 foram apropriados pelo grupo, e apenas R$ 6.536,18 foram destinados às vítimas.
O caso agora aguarda julgamento na Justiça, com as doze pessoas denunciadas respondendo pelos crimes identificados durante as investigações.