Folha de Pernambuco |
Uma mulher de 56 anos diagnosticada com raiva humana está internada em estado grave no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), no Recife. O caso é o primeiro registrado em Pernambuco após um intervalo de oito anos sem notificações da doença.
De acordo com a médica intensivista Ana Flávia Campos, o vírus foi transmitido por um sagui, animal silvestre que pode facilitar a disseminação do vírus no organismo humano. A paciente respira com a ajuda de aparelhos e está sedada. "Ela está sendo monitorada para identificar precocemente possíveis complicações da doença", afirmou a médica.
A mulher foi mordida pelo sagui na mão esquerda no dia 28 de novembro de 2024. Após o incidente, buscou atendimento médico e foi orientada a tomar soro e quatro injeções, mas não retornou para completar o tratamento. Quase um mês depois, os sintomas começaram a aparecer e se agravaram. Ela foi atendida inicialmente em Santa Maria do Cambucá, onde reside, e transferida para o Huoc em 31 de dezembro.
A raiva humana é considerada uma doença com taxa de letalidade próxima a 100%. A médica destacou que a falta de profilaxia após o contato com o animal foi determinante para o agravamento do caso. "Após o contato com um animal que pode transmitir a raiva, é imprescindível buscar atendimento médico imediatamente", ressaltou.
Apesar da alta letalidade, há um registro de sobrevivência no Brasil. Em 2009, um adolescente pernambucano de 16 anos, Marciano Menezes da Silva, tornou-se o primeiro brasileiro a se curar da raiva humana após ser mordido por um morcego. Ele também foi tratado no Huoc.
A médica alerta para a importância da profilaxia e da conscientização sobre o risco da doença, especialmente em casos de contato com animais silvestres.