Uma gestão ruim pode ser comparada a uma planta de mandacaru. Quando ela começa a crescer, logo podemos perceber seus espinhos, finos e impiedosos, que ferem todos ao seu redor. Assim como o mandacaru, que, por mais que pareça robusto, é cercado de espinhos que afastam quem se aproxima, uma gestão mal conduzida também cria barreiras que dificultam a cooperação e o progresso. O que poderia ser uma força, torna-se um obstáculo.
E, como uma nuvem escura que se forma no horizonte, uma gestão pesada traz um clima de incerteza e medo. Ao invés de clarear o caminho, ela impede que a luz do bom senso e das boas práticas brilhem. A falta de clareza, de empatia e de visão cria um ambiente onde os colaboradores são apenas sombras, vivendo no escuro, sem saber para onde estão indo.
Alguns, dentro dessa gestão, se tornam personagens de si mesmos. Como no clássico filme "Caverna do Dragão", temos o "Mestre dos Magos", que aparece com promessas de soluções e sabedoria, mas cujas respostas são sempre evasivas e de difícil alcance. Eles falam em enigmas, tentam dar uma ilusão de controle, mas no fundo, apenas enganam e atrasam o progresso real.
O mandacaru, no fim das contas, não é uma planta que se adapta ao ambiente; ela resiste e fere. E quando uma gestão se assemelha a essa planta, o caminho é tortuoso. No entanto, para que haja um futuro próspero, é necessário que a transformação aconteça, rompendo a resistência dos espinhos e levando a uma mudança de paradigma. O verdadeiro líder sabe, desde o início, que os frutos só virão quando se deixar de lado a rigidez e se investir na verdadeira nutrição do coletivo.
Texto: Dr Jean Cerqueira