A gestão do prefeito Benon e do vice-prefeito Rodrigo, eleita com uma expressiva margem de 2.750 votos, vive um cenário de crescente insatisfação popular. Passados mais de 250 dias do novo governo, as promessas de campanha parecem estar em ritmo de "tartaruga", enquanto a população de Nazaré se depara com um comércio estagnado e intervenções públicas que não avançam. A gestão, que adotou o slogan "Uma Cidade de Todos", tem sido questionada por eleitores que veem a ocupação dos principais cargos comissionados por um grande número de empresários locais. Essa situação cria uma notável contradição com a promessa de representatividade para todos, levantando dúvidas sobre a real prioridade do governo.
A única intervenção concluída até o momento foi a reforma do estádio municipal. No entanto, a obra não escapou de polêmica, já que, conforme denúncias, utilizou as cores da campanha eleitoral, amarelo e vermelho, uma prática que já rendeu notificações do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) a outras cidades.
O exemplo mais gritante da lentidão é a reforma do Centro Artesanal Maria Fumaça. Iniciada em março com previsão de entrega para maio, a obra de pintura e telhado, com um custo de mais de meio milhão de reais, está parada, sem prazo para ser concluída. Enquanto a prefeitura não se pronuncia, os comerciantes que dependem do local para o seu sustento permanecem no prejuízo.
Outro ponto de forte questionamento é a falta de transparência na gestão dos recursos públicos. A prefeitura contratou, por dispensa de licitação, a empresa R5 Terceirização Transportes e Serviços por R$ 4,4 milhões. O contrato, válido de janeiro a junho, seria para a contratação de motoristas, porteiros e operadores de máquinas. A população, e até mesmo os vereadores, não têm acesso a dados sobre quantos cargos foram preenchidos ou onde esses funcionários estão. Em um cenário de comércio local parado, a contratação milionária de uma empresa, com valores que poderiam impulsionar a economia local, levanta sérias perguntas sobre o uso do dinheiro público.
O prefeito Benon, apelidado de "prefeito chaveirinho do governador", tem sido frequentemente fotografado ao lado do chefe do executivo estadual. As publicações nas redes sociais mostram o prefeito em cidades vizinhas, sorrindo para fotos, o que para muitos cidadãos de Nazaré sugere que sua prioridade não é buscar soluções para os problemas da cidade, mas sim a autopromoção.
A Liberdade de Imprensa Sob Ataque e o Processo Equivocado
Em vez de dar respostas à população, a gestão optou por uma abordagem judicial contra a imprensa. O PIRÔPO NEWS e seu editor estão sendo alvos de dois processos judiciais movidos pelo prefeito e seu secretário. Contudo, a ação revela um possível erro dos advogados do prefeito, que processaram a antiga empresa do site, em nome do filho do editor, Marcius Júnior, que não faz mais parte da empresa desde o ano passado. A atitude, além de buscar silenciar a imprensa, demonstra um descuido processual que será provado em juízo.
A gestão parece ignorar que a liberdade de imprensa é um direito garantido pela Constituição Federal, em seu Artigo 5º, e que a decisão do Supremo Tribunal Federal na ADPF 130 reforçou que o jornalismo é uma atividade livre, fundamental para fiscalizar o poder público e garantir a transparência.
O povo de Nazaré agora espera não apenas a entrega das reformas prometidas, mas também que a prefeitura se posicione e esclareça as denúncias, mostrando que a transparência e o compromisso com a cidade são, de fato, a prioridade da gestão. A liberdade de expressão do povo, representada pelo trabalho da imprensa, não pode ser calada por ações judiciais que parecem mais uma tentativa de intimidação do que uma busca por justiça.
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