(Por: Marcius Pirôpo, o Peso Pesado da Notícia)
A proposta de anistiar os condenados pela suposta tentativa de golpe, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, é um grande desafio para o Brasil. A questão central é: mesmo que o Congresso aprove essa anistia, o Supremo Tribunal Federal (STF) irá aceitá-la?
A anistia é uma lei do Congresso, mas não pode desrespeitar a Constituição. O STF já decidiu no passado, no caso da Lei da Anistia de 1979, que anistias não podem perdoar crimes graves. Como os condenados foram punidos por crimes contra a democracia, a Corte pode entender que uma nova lei de anistia seria inconstitucional.
O STF e o Congresso têm poderes independentes. Se o Congresso anistiar os réus, o STF pode ver isso como uma tentativa de anular a sua decisão, violando a separação dos poderes. A situação se torna ainda mais complexa porque a decisão do STF não foi unânime. O Ministro Luiz Fux, por exemplo, pediu a absolvição dos réus, o que mostra que a questão não é um consenso nem mesmo dentro do tribunal.
Para dar a visão completa, é importante destacar as penas impostas pelo STF aos condenados:
- Jair Bolsonaro: 27 anos e 3 meses de prisão.
- Walter Braga Netto: 26 anos de prisão.
- Anderson Torres: 24 anos de prisão.
- Almir Garnier: 24 anos de prisão.
- Augusto Heleno: 21 anos de prisão.
- Paulo Sérgio Nogueira: 19 anos de prisão.
- Alexandre Ramagem: 16 anos, 1 mês e 15 dias de prisão.
- Mauro Cid: 2 anos de prisão em regime aberto (devido à delação premiada).
Além disso, o Brasil assinou acordos internacionais, como o Pacto de São José da Costa Rica, que protegem a democracia. Anistiar crimes políticos graves poderia gerar críticas de outros países e órgãos de direitos humanos.
Resumindo, a anistia é um ato político do Congresso, mas a palavra final sobre sua legalidade será do STF. A Corte terá que decidir se a anistia está acima da sua própria decisão e dos princípios democráticos. O desfecho dessa disputa entre os poderes é incerto e pode mudar o rumo da política e da justiça no Brasil.